A camiseta canarinho da seleção brasileira de futebol

Conteúdo do artigo principal

Naiara Souza da Silva
Maria de Fátima Bento Ribeiro

Resumo

Se o futebol é, para o bem ou para o mal, a “cara” do Brasil, interessa-nos analisar os sentidos acerca da camisa “canarinho” da seleção brasileira, pela representatividade nacional que assume singular importância na construção cultural e identitária do Brasil. A camisa é um fenômeno, um artefato social que se tornou expressão coletiva como uma manifestação da cultura relacionada à força do esporte mais popular do país, em diferentes gerações. Ultrapassando os limites de uma paixão esportiva, hoje, a narrativa sobre ela é marcada por tensões políticas e ideológicas que mobilizam uma memória que ora causa orgulho, ora constrangimento, devido à apropriação e à ressignificação de seu uso por uma parcela da sociedade brasileira. Não havendo dúvidas de que sujeitos se expressam no/pelo futebol, é nossa responsabilidade, por meio do trabalho acadêmico, atuar no processo de desassociação desse símbolo pátrio, retomando sentidos de valorização da identidade nacional construídos historicamente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
SILVA, N. S. da; BENTO RIBEIRO, M. de F. A camiseta canarinho da seleção brasileira de futebol. FuLiA/UFMG , Belo Horizonte/MG, Brasil, v. 8, n. 1, p. 62–82, 2023. DOI: 10.35699/2526-4494.2023.42025. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/fulia/article/view/42025. Acesso em: 13 nov. 2024.
Seção
DOSSIÊ
Share |

Referências

ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

APPADURAI, Arjun. A vida social das coisas: as mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2008.

BELLOS, Alex. Futebol: o Brasil em campo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 22 ed. Rio de Ja-neiro: Civilização Brasileira, 2016.

CHADE, Jamil. Política, propina e futebol: como o “Padrão Fifa” ameaça o esporte mais popular do planeta. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.

CHOMSKY, Noam. Internacionalismo ou extinção. São Paulo: Planeta, 2020.

DAMATTA, Roberto. Universo do futebol: esporte e sociedade brasileira. Rio de Janeiro, Pinakotheke, 1982.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.

FILHO, Mário. Nota [...]. In: ______. O negro no futebol brasileiro. 5 ed. Rio de Ja-neiro: Mauad, 2010, p. 16-17.

GUIMARÃES, Gustavo Cerqueira; SCHLEE, Aldyr; PIAZZI, Giulia. Conversa com Aldyr Schlee (parte II): a criação da camisa canarinho e seu recente uso político. Entrevista. FuLiA/UFMG. v. 3, n. 1, 2018. p. 139-153.

GUTERMAN, Marcos. O futebol explica o Brasil: uma história da maior expressão popular do país. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2014.

GUTERMAN, Marcos. A camisa da seleção está manchada e representa o ‘parti-do’ de Bolsonaro. Terra. Entrevista. 17. jun., 2021.

HAN, Byung-Chul. Capitalismo e impulso de morte: ensaios e entrevistas. Petró-polis/RJ: Vozes, 2021.

HOBSBAWM, Eric. Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realida-de. São Paulo: Paz e Terra, 2020.

JORNAL CORREIO DA MANHÃ. Inexpressiva a atual camisa da CBD. 23 de ago., 1953. Fonte: Disponível em: https://bit.ly/437CG7N. Acesso em: 03 jun. 2022.

JORNAL DO COMÉRCIO. Seleção brasileira homenageia Aldyr Schlee antes do jogo contra o Uruguai. 18 de nov., 2018. Disponível em: https://bit.ly/43rTxlz. Acesso em: 03 jun. 2022.

MOTA, Carlos Guilherme. Ideologia da Cultura Brasileira (1933-1974). São Paulo: Editora Ática, 1985.

NAPOLITANO, Marcos. 1964: história do regime militar brasileiro. S. Paulo: Contexto, 2016.

ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 1994.

ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. 2005, p. 107-130.

SAID, Edward. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

SARAIVA, José Flávio Sombra. História das relações internacionais contempo-râneas. Brasília: Editora Saraiva, 2008.

SECCO, Lincoln. As jornadas de junho. In: MARICATO, Herminia et al. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. 1. ed. São Paulo: Boitempo; Carta Maior, 2013. p. 71-78.

SCHLEE, Aldyr. Contos de futebol. Porto Alegre: Ardotempo, 2011 [1997].

VAINER, Carlos. Quando a cidade vai às ruas. In: MARICATO, Herminia et al. Cida-des rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. 1. ed. São Paulo: Boitempo; Carta Maior, 2013. p. 35-40.

VIANA, Silvia. Será que formulamos mal a pergunta. In: MARICATO, Herminia et al. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. 1. ed. São Paulo: Boitempo; Carta Maior, 2013, p. 53-58.

WISNIK, José Miguel. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

Fontes das figuras:

Figura 1: bit.ly/3MXcIyb.

Figura 2: bit.ly/43tSX6M.

Figura 3: bit.ly/43tSX6M.

Figura 4: bit.ly/43tSX6M.

Figura 5: bit.ly/3qaricR.

Figura 6: bit.ly/3Wy1fIw.

Figura 7: https://encurtador.com.br/afnEO.

Figura 8: https://encurtador.com.br/ktDKO.