A estomia mudando a vida
enfrentar para viver
DOI:
https://doi.org/10.5935/1415-2762.20130021Palavras-chave:
Colostomia, Enfermagem, Pesquisa QualitativaResumo
Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, tendo como objetivos descrever as mudanças ocorridas no cotidiano do estomizado e identificar quais as formas de enfrentamento utilizadas por ele. A amostra foi constituída por pacientes com estomia intestinal definitiva há pelo menos dois anos, cadastrados no Programa de Assistência Multidisciplinar ao Paciente Ostomizado (PAMPO). Para a coleta de dados utilizaram-se entrevistas semiestruturadas, que foram gravadas e, posteriormente, transcritas na íntegra, produzindo um texto com a finalidade de proceder à análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin. A maioria dos colostomizados apresentou mudanças no seu modo de vida após a confecção do estoma, sendo essas mudanças provenientes de alterações físicas, psíquicas e sociais causadas pela perda do controle do esfíncter e alterações da imagem corporal, levando à necessidade de adotar estratégias para adaptar-se à nova realidade. Houve pessoas que melhor se adaptaram a essas alterações, enquanto outras manifestaram dificuldades em conviver com essa realidade, acarretando desequilíbrios fisiológicos e psicológicos. Portanto, a adaptação ou não aos problemas estressores, nesse caso a confecção do estoma, influencia na qualidade de vida do indivíduo estomizado. Cabe ressaltar que competem ao enfermeiro intervenções exclusivas no período perioperatório visando melhor adaptação à condição de estomizado, promovendo o enfrentamento à condição crônica estomia intestinal definitiva e exigindo cuidado contínuo e prolongado dos serviços de saúde, o que também não exime a atuação da equipe interdisciplinar.Referências
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