Colonialidade, democracia e o risco permanente de ruptura

uma reflexão a partir da obra de A. Quijano

Autores

  • Rayann Kettuly Massahud de Carvalho Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.35699/2525-8036.2021.26617

Palavras-chave:

Aníbal Quijano, Giro-decolonial, Democracia, Colonialidade, Crise democrática

Resumo

O objetivo do presente trabalho é apresentar uma reflexão sobre a relação entre democracia, colonialidade e crise democrática na América Latina a partir do pensamento descolonial, mais especificamente a partir de uma interpretação específica da obra de Aníbal Quijano. Para isso, primeiramente, é apresentado o modo com que o autor compreende a colonialidade do poder, o capitalismo e o eurocentrismo. Em seguida, as concausas de uma consolidação própria das democracias e dos Estados-nacionais no Sul global. A partir de então, é possível concluir que as crises não são uma exceção entre nós, pelo contrário, as democracias em regiões periféricas, devido à colonialidade, são vivenciadas sob o risco constante e permanente de crise.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rayann Kettuly Massahud de Carvalho, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestre em Direito pela UFMG. Bacharel em Direito pela UFLA. Membro do Núcleo de Estudos Direito, Modernidade e Capitalismo (UFMG) e do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital (UFMG).

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0956-5580

Referências

BALLESTRIN, Luciana. Colonialidade e Democracia. Revista Estudos Políticos, v. 5, p. 191-209, 2015.

BELLO, Enzo. O pensamento descolonial e o modelo de cidadania do novo constitucionalismo latino-americano. RECHTD. Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria do Direito, v. 7, p. 49-61, 2015.

BERCLAZ, Márcio Soares. Da injustiça à democracia: ensaio para uma Justiça de Libertação a partir da experiência zapatista. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2017.

BRAGATO, F.F.; CASTILHO, N.M. A importância do pós-colonialismo e dos estudos descoloniais na análise do novo constitucionalismo latino-americano. In: BELLO, E.; VAL, E. M. (orgs.). O pensamento pós e descolonial no novo constitucionalismo latino-americano. Caxias do Sul, EDUCS, 2014, p. 11-25.

CASTELLS, M. Ruptura: a crise da democracia liberal. Rio de Janeiro, Zahar. 2018.

DOS SANTOS, Theotônio. A teoria da dependência: balanço e perspectivas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

DUSSEL, Enrique. Para um diálogo Inter-filosófico Sul-Sul. In: Filosofazer: Revista do Instituto Superior de Filosofia Berthier. n. 41, p. 11-30, 2012.

DUSSEL, Enrique. 1492: o encobrimento do outro (a origem do “mito da modernidade”) – Conferências de Frankfurt. Tradução de Jaime A. Clasen. Petrópolis: Vozes, 1993.

LEVITSKY, S.; ZIBLATT, D. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar. 2018.

MIGNOLO, Walter. Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

MOREIRA, Marcelo Sevaybricker. Democracias no século XXI: causas, sintomas e estratégias para superar a sua crise. Lua Nova. Revista de Cultura e Política, v. 11, p. 15-49, 2020.

MOUNK, Y. O povo contra a democracia: por que nossa liberdade corre perigo e como salvá-la. São Paulo: Companhia das Letras. 2019.

PAZELLO, Ricardo Prestes. Direito insurgente e movimentos populares: o giro descolonial do poder e a crítica marxista ao direito. 2014. 545 f. Tese (Doutorado em Direito) – Programa de Pós-Graduação em Direito, Setor de Ciências Jurídicas, da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade, Poder, Globalização e Democracia. In: Novos Rumos. nº 37. 2002.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: Lander, Edgardo (org.): La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas, Buenos Aires, CLACSO/UNESCO, 2000a.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: Palermo, Zulma; Quintero, Pablo. Aníbal Quijano textos de fundación. Buenos Aires: Del Signo, 2014.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y modernidad/racionalidad. In: BONILLA, Heraclio (comp.). Los conquistados: 1492 y la población indígena de las Américas. Quito: FLACSO; Libri Mundi; Bogotá: Tercer Mundo, 1992a.

QUIJANO, Aníbal. Dom Quixote e os moinhos de vento na América Latina. Estudos Avançados, 2005.

QUIJANO, Aníbal. El fantasma del desarrollo en América Latina. Rev. Venez. de Econ. y Ciencias Sociales, v. 6, n. 2, p. 73-90, 2000b.

QUIJANO, Aníbal. Modernidad, identidad y utopía en América Latina. Lima, Ediciones Sociedad y Política, 1988.

QUIJANO, Aníbal. Os fantasmas da América Latina. In: NOVAES, Adauto (org.). Oito visões da América Latina. São Paulo: SENAC, 2006.

QUIJANO, Aníbal. Poder y Derechos Humanos. In: SEVILLA, Carmen Pimentel (comp.). Poder, Salud Mental y Derechos Humanos. CECOSAM. Lima, Perú. 2001.

QUIJANO, Aníbal: “Raza”, “etnia”, “nación” en Mariátegui: cuestiones abiertas. In: Roland Forgues (editor), José Carlos Mariátegui y Europa. La otra cara del descubrimiento. Amauta, Lima, 1992b.

QUIJANO, Aníbal. Solidaridad y capitalismo colonial-moderno. In: Otra economía. São Leopoldo: UNISINOS, vol II, n. 2, 1º semestre de 2008.

QUIJANO, Aníbal; WALLERSTEIN, Immanuel. Americanidad como concepto, o América en el moderno sistema mundial. In: Revista internacional de ciencias sociales. París: UNESCO, n. 134, diciembre 1992.

RUNCIMAN, D. Como a democracia chega ao fim. São Paulo: Todavia, 2018.

Downloads

Publicado

16-03-2021

Como Citar

CARVALHO, R. K. M. de. Colonialidade, democracia e o risco permanente de ruptura: uma reflexão a partir da obra de A. Quijano. Revista de Ciências do Estado, Belo Horizonte, v. 6, n. 1, p. 1–26, 2021. DOI: 10.35699/2525-8036.2021.26617. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revice/article/view/e26617. Acesso em: 28 mar. 2024.