Controle da dor em bovinos
revisão bibliográfica
DOI:
https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.26317Palavras-chave:
Bem estar animal, Qualidade de vida, Ruminante, Terapia AnalgésicaResumo
Com a crescente preocupação social quanto ao tratamento moral e ético dos animais de produção, o controle da dor em bovinos é um tema de grande relevância. Levando em consideração que os animais de produção são os que mais sofrem com a dor dentre os animais domésticos, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias e alternativas que minimizem o sofrimento e melhorem a qualidade de vida destes animais. É de extrema relevância conhecer as vias fisiopatológicas da dor, bem como classificá-las como adaptativa ou não adaptativa, crônica ou aguda, levando em consideração aspectos como intensidade e duração do estímulo doloroso. A utilização de estratégias que minimizem e previnam a ocorrência da dor é importante principalmente em casos de dor aguda resultante de procedimentos cirúrgicos. A utilização de anestésicos locais, anti-inflamatórios (esteroidais e não esteroidais), analgésicos sedativos (alfa-2 agonistas, opioides e antagonistas dos receptores NMDA), bem como possíveis associações, tem se mostrado eficaz em bovinos. Entretanto, vale ressaltar que para a utilização dos diferentes fármacos disponíveis, é necessário o conhecimento de farmacocinética, início de ação, duração, técnicas e vias de administração. A compreensão dos mecanismos associados à dor, bem como a seleção racional de fármacos, é necessária para que o subsequente tratamento da dor obtenha êxito, evitando assim, casos de progressão de dor aguda em crônica, que possam tornar o paciente refratário ao tratamento. O objetivo do presente trabalho é descrever as vias fisiopatológicas da dor, bem como as características dos principais fármacos disponíveis para o tratamento da dor em bovinos.
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