Processos de individuação dos torcedores na Arena do Grêmio

Conteúdo do artigo principal

Gustavo Andrada Bandeira
Fernando Seffner

Resumo

Neste trabalho focamos nosso olhar sobre como os torcedores do Grêmio foram interpelados por diferentes conteúdos ao realizarem um trânsito entre o antigo estádio Olímpico Monumental e a atual Arena do Grêmio, especialmente na relação que se estabelece entre um sujeito individual, torcedor, e o sujeito coletivo, torcida. Para a construção de nosso material empírico realizamos diálogos com pequenos grupos de torcedores antes de partidas realizadas no novo estádio gremista. A tecnologia da Arena do Grêmio permite individualizar as ações dos torcedores por seus mecanismos de controle, o que poderia autorizar que o coletivo de torcedores fosse desfeito a qualquer momento. A torcida, em algumas circunstâncias, não poderia ser responsabilizada por ações realizadas por individualidades torcedoras, ao mesmo tempo em que as individualidades torcedoras não poderiam ser adequadamente avaliadas em suas ações sem levar o contexto da torcida em consideração.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
BANDEIRA, G. A.; SEFFNER, F. Processos de individuação dos torcedores na Arena do Grêmio. FuLiA/UFMG , Belo Horizonte/MG, Brasil, v. 5, n. 2, p. 135–157, 2021. DOI: 10.35699/2526-4494.2020.21963. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/fulia/article/view/21963. Acesso em: 4 dez. 2024.
Seção
DOSSIÊ
Biografia do Autor

Fernando Seffner, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre/RS, Brasil

Doutor em Educação, UFRGS

Share |

Referências

AMARAL, Rita. Festa como objeto e como conceito. In: ______. Festa à brasileira: sentidos de festejar no país que não é sério. Tese de doutorado, São Paulo, PPGAS/USP, 2001.

ANJOS, Luiza Aguiar do. De “são bichas, mas são nossas” à “diversidade da alegria”: uma história da torcida Coligay. 2018. Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, UFRGS, Porto Alegre, Brasil.

BANDEIRA, Gustavo Andrada. Uma história do torcer no presente: elitização, racismo e heterossexismo no currículo de masculinidade dos torcedores de futebol. Curitiba: Appris editora, 2019.

BANDEIRA, Gustavo Andrada; BECK, Matheus Passos. As novas arenas e as emoções dos torcedores dos velhos estádios. Esporte e Sociedade, n. 23, 2014, p. 1-12.

BANDEIRA, Gustavo Andrada; SEFFNER, Fernando. Memórias da Coligay e o currículo de masculinidade dos torcedores de futebol. Diversidade e Educação, v. 7, 2019, p. 312-328.

BANDEIRA, Gustavo Andrada; SEFFNER, Fernando. Aranha, macaco e veado: o legítimo e o não legítimo no zoológico linguístico nos estádios de futebol. Movimento, v. 22, n. 3, 2016, p. 985-998.

BROMBERGER, Christian. Significaciones de la pasión popular por los clubes de fútbol. Buenos Aires: Librosdel Rojas, 2001.

BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

DAMATTA, Roberto. A casa & a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 5ª ed., 1997.

DAMO, Arlei Sander. Futebol, engajamento e emoção. In: HELAL, Ronaldo. AMARO, Fausto. Esporte e mídia: novas perspectivas – a influência da obra de Hans Ulrich Gumbrecht. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014a, p. 49-94.

DAMO, Arlei Sander. O espetáculo das identidades e das alteridades – as lutas pelo reconhecimento no espectro do clubismo brasileiro. In: CAMPOS, Flavio de; ALFONSI, Daniela. (Orgs.). Futebol objeto das ciências humanas. São Paulo: Leya, 2014b, p. 23-55.

DAMO, Arlei Sander. Do dom à profissão: uma etnografia do futebol de espetáculo a partir da formação de jogadores no Brasil e na França. Tese (Doutorado em Antropologia Social). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, UFRGS, Porto Alegre, 2005.

DELEUZE, Gilles. A vida como obra de arte. In: ______. Conversações. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992, p. 118-126.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador II: formação do Estado e Civilização. Rio de Janeiro: Zahar, 1993.

FAUSTO, Boris. De alma lavada e coração pulsante. In: Revista de História. São Paulo: FFLCH/USP n. 163, 2010, p. 139-148.

FISCHER, Rosa Maria Bueno. Verdades em suspenso: Foucault e os perigos a enfrentar. In: COSTA, Marisa Vorraber. (Org.). Caminhos investigativos II: outros modos de pensar e fazer pesquisa em educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 49-71.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2005.

GERCHMANN, Léo. Coligay: tricolor e de todas as cores. Porto Alegre: Libretos, 2014.

GIULIANOTTI, Richard. Sociologia do futebol: dimensões históricas e socioculturais do esporte das multidões. São Paulo: Nova Alexandria, 2010.

GUEDES, Simoni Lahud. Os “europeus” do futebol brasileiro ou como a “pátria de chuteiras” enfrenta a ameaça do mercado. In: GASTALDO, Édison Luis; GUEDES, Simoni Lahud. (Orgs.). Nações em campo: Copa do Mundo e identidade nacional. Niterói: Intertexto, 2006, p. 73-85.

HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. São Paulo, Perspectiva, 1993.

LOURO, Guacira Lopes. Discursos de ódio. In: SEFFNER, Fernando; CAETANO, Márcio. (Orgs.). Discurso, discursos e contra-discursos latino-americanos sobre a diversidade sexual e de gênero. Rio Grande: Editora da FURG; Realize Editora, 2016, p. 271-282.

MEYER, Dagmar Estermann. Corpo, violência e educação: uma abordagem de gênero. In: JUNQUEIRA, Rogério Diniz. (Org.). Diversidade sexual na educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, UNESCO, 2009, p. 213-233.

RUDÉ, George. A multidão na história: estudo dos movimentos populares na França e na Inglaterra 1730-1848. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

TEIXEIRA, Rosana de Câmara. Futebol, emoção e sociabilidade: narrativas de fundadores e lideranças dos movimentos populares de torcedores no Rio de Janeiro. In: Esporte e Sociedade, n. 21, 2013, p. 1-16.