O violino violado
o entremear das vozes esquecidas das rabecas e de “outros violinos”
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-6377.2009.54507Palavras-chave:
rabecas, violino barroco, práticas interpretativas, HIP (Performance Historicamente Informada)Resumo
A representação do violino como instrumento musical hegemônico é um fato incontestável se considerarmos sua presença nos mais diversos âmbitos das práticas da música ocidental. As últimas décadas presenciaram, porém, a emergência de algumas vozes dissonantes: as práticas interpretativas historicamente informadas (Historically Informed Performance ou HIP) redescobriram o violino barroco e todo o seu aparato técnico; no Brasil, a rabeca mostrou suas potencialidades, não mais somente nas mãos de ardorosos defensores da cultura popular, mas de músicos em busca de novas sonoridades. Tomando como exemplo a intersecção do popular e erudito contido nas peças para rabeca escritas por José Eduardo Gramani, pretende-se aqui, sobretudo, mais do que apresentar respostas definitivas, abrir novas questões relacionadas ao ensino do violino no mundo contemporâneo, a partir da inserção de instrumentos esquecidos pela história oficial. Neste sentido, reflete alguns dos aspectos defendidos por Walter Benjamin em Sobre o conceito de história, e traz para a pauta das discussões sobre interpretação musical a questão da padronização imposta pela indústria cultural.
Referências
ADORNO, Theodor W. (2004) – Indústria Cultural e Sociedade. S. Paulo, Ed. Paz e Terra S/A.
______. (1998) – “Em defesa de Bach contra seus admiradores” (1951) in Prismas, S. Paulo, Ed. Ática.
______. (1990) – Prisms, Cambridge, Massachusetts, The MIT Press.
ANDRADE, Mário de (1982) – Danças Dramáticas do Brasil. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia.
______. (1989) – Dicionário Musical Brasileiro. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia.
BOYDEN, David D. (1965) – The History of Violin Playing from its Origins to 1761. Oxford, Oxford University Press.
BURKE, Peter (1995) - Cultura Popular na Idade Moderna, S. Paulo.Ed. Schwarcz Ltda,
BUTT, John (2002) – Playing with History – The Historical Approach to Musical Perormance. Cambridge, UK, Cambridge
University Press.
CANDIDO, Antonio (1964) – Os parceiros do Rio Bonito. S. Paulo, Editora 34.
CARLIN, Richard - THE “GOW COLLECTION” OF SCOTTISH DANCE MUSIC – Compiled & Edited by Richard Carlin – Oak
publications, New York, 1986.
COLI, Jorge – Música Final – Mário de Andrade e sua coluna jornalística Mundo musical. Campinas, editora da Unicamp.
DUARTE, Rodrigo (2005) – Teoria crítica da indústria cultural. Belo Horizonte, Editora UFMG.
GAGNEBIN, J.M.(2004) – História e narração em W. Benjamin. S. Paulo , Perspectiva.
______. (2006) – Lembrar escrever esquecer, S. Paulo, Editora 34
______. s/d - apostila de aula: Walter Benjamin, Observações sobre “Baudelaire”, Gesammelte Schriften I-3, pp. 1160/61.
Trad. Caseira de JMG.
GARCÍA CANCLINI, Nestor (2003) – Culturas Híbridas. São Paulo, editora USP.
GRAMANI, José E.(2002); org. Daniella Gramani – Rabeca, o som inesperado. Curitiba, edição independente.
GEMINIANI, Francesco (1751) – The Art of Playing on the Violin, edição fac-simili, prefácio e introdução de David Boyden
(1970), Oxford, Oxford University Press.
HARNONCOURT, Nikolaus (1990) – O discurso dos sons. RJ, Jorge Zahar Ed.
KERMAN, Joseph (1987) – Musicologia, Martins Fontes Ed. , São Paulo.
LÖWY, Michael (2005) – Walter Benjamin: aviso de incêndio, Boitempo Ed. São Paulo.
MURPHY, John P. (1997) “The rabeca and its music, old and new, in Pernambuco, Brazil”. Latin American Review. University
of Texas Press, Austin.
NÓBREGA, Ana C. P. (2000) – A Rabeca no Cavalo Marinho de Baieux. João Pessoa, Editora Universitária.
TARUSKIN, R. (1995) – Text and Act. Essays on Music and Performance. New York/Oxford: Oxford University.
WILSON, David K. (2001) -Georg Muffat on Performance Practice – Florilegium Primum, Florilegium Secundum, edição e
tradução, Indiana University Press, Bloomington, Indianápolis.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Per Musi

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Exceto onde está indicado, o conteúdo neste site está sob uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.