Simbologia e hereditariedade na formação de uma Grundgestalt

a primeira das Quatro Canções Op.2 de Berg

Autores

Palavras-chave:

Grundgestalt e variação progressiva, Simbologia musical, Transmissão extraopus

Resumo

Integrando um amplo projeto de pesquisa que visa elaborar uma metodologia analítica específica para os procedimentos de variação progressiva, o presente estudo examina a possibilidade de existência de, por assim dizer, transmissão hereditária (extraopus) na construção da ideia primordial (ou Grundgestalt) de uma peça musical. Para isso, é analisada a primeira das Quatro Canções op.2, de Alban Berg, cuja Grundgestalt apresenta-se como um complexo formado por várias transformações de elementos-chave extraídos de três obras: Tristão e Isolda de Richard Wagner, a Primeira Sinfonia de Câmara op.9 de Arnold Schoenberg e a Sonata para Piano op.1, do próprio Berg.

Biografia do Autor

  • Carlos de Lemos Almada, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

    Professor Adjunto da Escola de Música da UFRJ, atuando como docente nos níveis de graduação e pós-graduação. É doutor e mestre em Música pela UNIRIO, ambos os cursos com pesquisas voltadas para análises estruturais da Primeira Sinfonia de Câmara op.9, de Arnold Schoenberg. É compositor, com diversas obras apresentadas em edições da Bienal de Música Brasileira Contemporânea, bem como registradas em CDs pela gravadora Ethos Brasil. Atua também na música popular como arranjador, com inúmeros trabalhos gravados recentemente. É pesquisador com vários artigos publicados em periódicos acadêmicos, tendo apresentado comunicações nos quatro últimos congressos da ANPPOM, a partir de suas pesquisas. É autor dos livros Arranjo (Editora da Unicamp, 2001), A estrutura do choro (Da Fonseca, 2006) e Harmonia funcional (Editora da Unicamp, 2009), bem como coautor de uma série de 12 livros sobre música popular brasileira, publicados entre 1998 e 2010 pela editora americana MelBay.

Referências

ALMADA, Carlos de L. “Nas fronteiras da tonalidade”: Tradição e inovação na forma da Primeira Sinfonia de Câmara, op.9, de Arnold Schoenberg. 2007. Dissertação (Mestrado em Música) – Centro de Letras e Artes, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

_______________. Pontos de contato entre a Sonata para Piano,op.1, de Alban Berg e a Primeira Sinfonia de Câmara,op.9, de Arnold Schoenberg. In: V SIMPÓSIO DE PESQUISA EM MÚSICA - SIMPEMUS 5, 2008. Curitiba. Anais ...Curitiba: UFPR, 2008.

_______________. A variação progressiva aplicada na geração de ideias temáticas. In: II Simpósio Internacional de Musicologia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2011a.

_______________. Derivação temática a partir da Grundgestalt da Sonata para Piano op.1, de Alban Berg. In: II Encontro Internacional de Teoria e Análise Musical. Anais ...São Paulo: UNESP-USP-UNICAMP, 2011b. 1 CD-ROM (11 p.).

ADORNO, Theodor W. Alban Berg (Juliane Brand & Christopher Hailey, trad.). Cambridge: CambridgeUniversity Press, 1997.

AYREY. Craig. Berg’s ‘Scheideweg’: Analytical issues in Op. 2/ii. Music Analysis, vol. 1, nº 2, 1982, p.189-202

BOSS, Jack. Schoenberg’s Op. 22 radio talk and developing variation in atonal music.Music Theory Spectrum, vol. 14, nº2, 1992, p.125-149.

BURTS, Devon. An application of the grundgestalt concept to the First and Second Sonatas for Clarinet and Piano, Op. 120, no. 1 & no. 2, by Johannes Brahms. 2004. Dissertação (Mestrado em Música) – University of South Florida.

CARPENTER, Patricia. Grundgestalt as tonal function. Music Theory Spectrum, vol. 5, 1983, p.15-38.

DUDEQUE, Norton. Variação progressiva como um processo gradual no primeiro movimento do Quarteto A Dissonância, K. 465, de Mozart. PerMusi, vol.8, UFMG, 2003, p.41-56.

________________. Music theory and analysis in the writings of Arnold Schoenberg (1874-1951). Aldershot: Ashgate Publishings, 2005.

EMBRY, Jessica. The role of organicism in the original and revised versions of Brahms’s Piano Trio In B Major, Op. 8, Mvt. I: A comparison by means of Grundgestalt analysis. 2007. Dissertação (Mestrado em Música) – University of Massachusetts Amherst.

FRISCH, Walter. Brahms and the principle of developing variation.Los Angeles: University of California Press, 1984.

GAULDIN, Robert. Reference and association in the Vier Lieder, Op. 2, of Alban Berg.Music Theory Spectrum, vol. 21, nº 1, 1999, p.32-42.

HAIMO, Ethan. Developing variation and Schoenberg’s serial music. Musical Analysis, vol. 16, nº 3, p.349-365,1997.

HILMAR, Rosemary. Alban Berg’s studies with Schoenberg.Journal of the Arnold Schoenberg Institute, Los Angeles, vol. VIII, nº 1, p.7-29, 1984.

JAMEUX, Dominique. Berg. Bourges: Solfèges, 1980.

JARMAN, Douglas. Alban Berg: The origins of a method. Music Analysis, vol. 6, nº 3, p.273-288, 1987.

MARTINEZ, Alejandro. La forma-oración en obras de la Segunda Escuela de Viena: un lectura desde la morfología de Goethe. Revista del Instituto Superior de Música, no.12, Santa Fe, p.96-113, 2009.

MEYER, Leonard. Style and music. Chicago: The University of Chicago Press, 1989.

PERLE, George. Berg’s Master array of the interval cycles. The Musical Quarterly, nol. 63, n 1, 1977, p.1-30.

SALZER, Felix. Structural hearing: Tonal coherence in music (2 vol.). Nova Iorque: Charles Boni, 1952.

SCHOENBERG, Arnold. Style and idea: selected writings of Arnold Schoenberg. (Leonard Stein, ed.). Londres: Faber & Faber, 1984.

_______________. Fundamentals of musical composition.(Gerald Strang, ed.) Londres: Faber & Faber, 1990.

STRAUS, Joseph. Introduction to post-tonal theory (3 ed.). Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 2005.

STUCKENSCHMIDT, H. H. Schönberg: vida, contexto, obra. (Ana Agud, trad.). Madri: Alianza Editorial S.A., 1991.

TOOP, Richard. Stockhausen, Kalheinz. In: New Grove Dictionary of Music. Oxford: Oxford University Press, 2001.

Downloads

Publicado

2013-06-13

Edição

Seção

Artigos em Português/Espanhol

Como Citar

“Simbologia E Hereditariedade Na formação De Uma Grundgestalt: A Primeira Das Quatro Canções Op.2 De Berg”. 2013. Per Musi, nº 27 (junho): 1-14. https://periodicos.ufmg.br/index.php/permusi/article/view/39726.