Tabagismo no Brasil

Percepções dos Resultados de Pesquisas Domiciliares

Autores

  • Deborah Carvalho Malta Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Escola de Enfermagem – EE, Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública. Belo Horizonte, MG - Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7201-9566
  • Crizian Saar Gomes Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Faculdade de Medicina – FM, Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. Belo Horizonte, MG - Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6586-4561
  • Fabiana Martins Dias de Andrade Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Faculdade de Medicina – FM, Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. Belo Horizonte, MG - Brasil. https://orcid.org/0000-0001-8277-6061
  • Nádia Machado de Vasconcelos Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Faculdade de Medicina – FM, Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. Belo Horizonte, MG - Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2323-3064
  • Elton Junio Sady Prates Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Escola de Enfermagem – EE. Belo Horizonte, MG - Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5049-186X
  • Cimar Azeredo Pereira Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Diretoria de Pesquisas. Rio de Janeiro, RJ – Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6183-1607
  • Antonio Aurelio de Paiva Fagundes Junior Harvard Medical School - HMS, Cardiovascular Division, Brigham and Women’s Hospital, TIMI Study Group. Boston, MA - USA. https://orcid.org/0000-0002-6720-8151

DOI:

https://doi.org/10.35699/reme.v27i.40164

Palavras-chave:

Tabaco, Fumantes, Pesquisas de Saúde

Resumo

Introdução: o uso do tabaco em suas diferentes formas continua a ser uma das principais causas de morte evitáveis no Brasil. Com uma história de sucesso notável, o Brasil alcançou uma das maiores reduções significativas na prevalência do tabagismo desde 1990. No entanto, é preocupante que a taxa de declínio do consumo de tabaco tenha diminuído nos últimos anos, conforme sugerem as pesquisas. Objetivos: o presente estudo teve como objetivo comparar os resultados de três pesquisas domiciliares realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Métodos: foi realizada a comparação da prevalência do uso de tabaco entre entrevistados com 18 anos ou mais, assim como foi avaliada a porcentagem de mudanças na prevalência entre 2008, 2013 e 2019, usando dados de três pesquisas:  The Global Tobacco Adult Survey, do ano de 2008, e a Pesquisa Nacional de Saúde do Brasil, dos anos de 2013 e 2019. Além disso, analisamos a prevalência no Brasil e seus estados de acordo com idade, gênero, nível educacional e raça. Resultados: a prevalência do tabagismo ativo diminuiu 19% entre 2008 e 2013, passando de 18,2% (IC 95%: 17,7;18,7%), em 2008, para 14,7% (IC 95%: 14,2;15,2%), em 2013. No entanto, em 2019, a prevalência foi de 12,6% (IC 95%: 12,2;13,0%), revelando uma redução de 14,3%. O tabagismo foi maior entre a população com baixo nível de escolaridade, status de renda mais baixo e raça/cor da pele preta e parda. Conclusão: a prevalência do tabagismo diminuiu no Brasil nas últimas três décadas. No entanto, recentemente, houve uma redução na intensidade da queda, exigindo atenção e análise cuidadosa das estratégias de prevenção e abandono do tabagismo.

 

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Referências

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Arquivos adicionais

Publicado

10-10-2023

Como Citar

1.
Malta DC, Gomes CS, Andrade FMD de, Vasconcelos NM de, Prates EJS, Pereira CA, Junior AA de PF. Tabagismo no Brasil: Percepções dos Resultados de Pesquisas Domiciliares. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 10º de outubro de 2023 [citado 22º de novembro de 2024];27. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/article/view/40164

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