Prazer-sofrimento de enfermeiros no cuidado à pessoa com transtorno mental e à família

Autores

  • Maria do Perpétuo Socorro de Sousa Nóbrega
  • Jussara Carvalho Santos
  • Dárcio Tadeu Mendes
  • Priscila Campos Tibúrcio
  • Bruna Farias Ribeiro
  • Carla Sílvia Neves Nova Fernandes

DOI:

https://doi.org/10.5935/1415.2762.20210065

Palavras-chave:

Saúde do trabalhador, Atenção Primária à Saúde, Saúde Mental

Resumo

Objetivos: mensurar e comparar os indicadores de prazer-sofrimento em enfermeiros brasileiros e portugueses de cuidados primários à pessoa/família no contexto do transtorno mental. Método: estudo quantitativo, descritivo-correlacional, multicêntrico, com 500 enfermeiros de Portugal e Brasil. Coleta realizada via Google forms de abril a agosto de 2018, com questionário sociodemográfico e escala de indicadores de prazer-sofrimento no trabalho. Resultados: nos dois países, o domínio gratificação-realização profissional foi avaliado como satisfatório; insegurança/falta de reconhecimento e desgaste/esgotamento como graves. Os enfermeiros portugueses avaliaram a liberdade de expressão como satisfatória, os brasileiros como crítica. Em ambos os países houve correlação da liberdade de expressão com tempo de atuação no serviço, carga horária de trabalho e gênero; insegurança com tempo de formação, atuação no serviço e carga horária de trabalho; desgaste-esgotamento com tempo de atuação no atual serviço e tempo de formação. Conclusão: os enfermeiros de ambos os países apresentaram níveis críticos de sofrimento no trabalho. Avaliam com gratificação e com possibilidade de realização profissional a condução de cuidado à pessoa e famílias no contexto do transtorno mental, mas sua liberdade de expressão está comprometida.

Referências

Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de

Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo

a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no

âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 2017[citado em 2021

abr. 9]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/

gm/2017/prt2436_22_09_2017.html

Pisco L. Reforma da Atenção Primária em Portugal em duplo

movimento: unidades assistenciais autônomas de saúde familiar e

gestão em agrupamentos de Centros de Saúde. Ciênc Saúde Colet.

[citado em 2021 abr. 9];16(6):2841-52. Disponível em: http://

dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000600022

Ministério da Saúde (BR). Portaria N. 3088, de 23 de dezembro

de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com

sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes

do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único

de Saúde. 2011[citado em 2021 abr. 9]. Disponível em: http://

www.planalto.gov.br/ccivil_03/le is/LEIS_2001/L10216.hhtm

Ministério da Saúde (BR). Portaria N. 3588, de 21 de dezembro

de 2017. Altera as Portarias de Consolidação nº 3 e nº 6, de 28 de

setembro de 2017, para dispor sobre a Rede de Atenção Psicossocial,

e dá outras providências. 2017[citado em 2021 abr. 9]. Disponível

em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/

prt3588_22_12_2017.html

Passos RG, Portugal S. Breve balanço da política de saúde mental:

análise comparativa Brasil e Portugal a partir da experiência das

residências terapêuticas. Rev Pol Públ. 2015[citado em 2021 abr.

;19(1):91-102. Disponível em: http://dx.doi.org/10.18764/2178-

v19n1p91-102

Presidência do Conselho de Ministros (PT). Resolução Do Conselho

De Ministros Nº 49/2008 Diário Da República Nº 47/2008, Série I

De 2008-03-06. Aprova o Plano Nacional de Saúde Mental, adiante

designado por Plano, para o período de 2007 a 2016. Lisboa, Portugal:

Ministério da Saúde; 2006[citado em 2021 abr. 10]. Disponível em:

https://data.dre.pt/eli/resolconsmin/49/2008/03/06/p/dre/pt/html

Dalmolin GL, Lanes TC, Zanon REB, Schutz TC, Speroni KS. Work

context and Pleasure-suffering in Primary Health Care. Rev Soc Dev.

[citado em 2021 abr. 9];10(2):e9610212331. Disponível em:

http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12331

Ribeiro RP, Martins JT, Marziale MHP, Robazzi MLCC. Work-related

illness in nursing: an integrative review. Rev Esc Enferm USP.

[citado em 2021 abr. 9];46(2):495-504. Disponível em: https://

doi.org/10.1590/S00 80-62342012000200031

Dejours C, Abdoucheli E, Jayet C. Psicodinâmica do trabalho:

contribuições da Escola Dejouriana à análise da relação prazer,

sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas; 2014.

Araújo MAN, Lunardi Filho WD, Alvarenga MRM, Oliveira RD,

Souza JC, Vidmantas S. Perfil sociodemográfico dos enfermeiros

da rede hospitalar. Rev Enferm UFPE on line. 2017[citado em

abr. 9];11(Supl.11):4716-25. Disponível em: https://doi.

org/10.5205/1981-8963- v11i11a231214 p4716-4725-2017

Lapão LV, Pisco L. A reforma da atenção primária à saúde em

Portugal, 2005-2018: o futuro e os desafios da maturidade.

Cad Saúde Pública. 2019[citado em 2021 abr. 10];35(Suppl2):

e00042418. Disponível em: https://doi.org/10.1590/01

-311x00042418

Glanzner CH, Olschowsky A, Dal Pai D, Tavares JP, Hoffman DA.

Avaliação de indicadores e vivências de prazer/sofrimento em equipes

de saúde da família com o referencial da Psicodinâmica do Trabalho.

Rev Gaúch Enferm. 2017[citado em 2021 abr. 10];38(4):e2017-0098.

Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2017.04.2017-

Campos JF, David HMSL, Souza NVDO. Pleasure and suffering:

assessment of intensivist nurses in the perspective of work

psychodynamics. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2014[citado em 2021

abr. 19];18(1):90-5. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5935/14

-8145.20140013

Duarte JMG, Simões ALA. Significados do trabalho para profissionais

de Enfermagem de um hospital de ensino. Rev Enferm UERJ.

[citado em 2021 abr. 19];23(3):388-94. Disponível em:

https://doi.org/10.12957/reuerj.2015.6756

Sartoreto IS, Kurcgant P. Satisfação e insatisfação no trabalho do

enfermeiro. RBCS. 2017[citado em 2021 abr. 19];21(2):181-8. Disponível

em: https://doi.org/10.22478/ufpb.2317- 6032.2017v21n2.23408

Prestes FC, Beck CLC, Magnago TSBS, Silva RM. Indicadores de

prazer e sofrimento no trabalho da Enfermagem em um serviço

de hemodiálise. Rev Esc Enferm USP. 2015[citado em 2021

abr. 29];49(3):469-77. Disponível em: https://doi.org/10.1590/

S0080-623420150000300015

Pilotto BS, Junqueira V. Organizações Sociais do setor de saúde no

estado de São Paulo: avanços e limites do controle externo. Serv

Saúde Soc. 2017[citado em 2021 abr. 29];(130):547-63. Disponível

em: https://doi.org/10.1590/0101-6628.123

Fronteira I, Jesus EH, Dussault G. A Enfermagem em Portugal

aos 40 anos do Serviço Nacional de Saúde. Ciênc Saúde Colet.

[citado em 2021 maio 6];25(1):273-82. Disponível em:

http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232020251.28482019

Mora CTR, Rizzotto MLF. Gestão do trabalho nos hospitais da

ª região de saúde do Paraná. Saúde Debate. 2015[citado em

abr. 9];39(107):1018-32. Disponível em: https://doi.

org/10.1590/0103-110420151070695

Almeida MH, Ramos AO, Batista P. Workplace Empowerment and

Job Satisfaction in Portuguese Nursing Staff: an exploratory study.

Cent Eur J Nurs Midw. 2017[citado em 2021 abr. 9];8(4):749–55.

Disponível em: https://doi.org/10.15452/CEJNM.2017.08.0028

Bernardes LG, Karino ME, Martins JT, Okubo CVC, Galdino MJQ,

Moreira AAO. Workplace violence among nursing professionals.

Rev Bras Med Trab. 2020[citado em 2021 abr. 9];18(3):250-7.

Disponível em: http://dx.doi.org/10.47626/1679-4435-2020-531

Pedro DRC, Silva GKT, Lopes APAT, Oliveira JLC, Tonini NS. Violência

ocupacional na equipe de Enfermagem: análise à luz do conhecimento

produzido. Saúde Debate. 2017[citado em 2021 abr. 9];41(113):618-

Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-1104201711321

Miorin JD, Camponogara S, Pinno C, Beck CLC, Costa V, Freitas

EO. Prazer e sofrimento de trabalhadores de Enfermagem de um

pronto-socorro. Texto Contexto Enferm. 2018[citado em 2021 abr.

;27(2):01-09. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0104-

0180002350015

Nóbrega MPSS, Venzel CMM, Sales ES, Próspero AC. Ensino de

Enfermagem em saúde mental no Brasil: perspectivas para a

atenção primária à saúde. Texto Contexto Enferm. 2020[citado

ago. 13];29:e20180441. Disponível em: http://dx.doi.

org/10.1590/1980-265X-TCE-2018-0441

Morais MP, Martins JT, Galdino MJQ, Robazzi MLCC, Trevisan GS.

Satisfação no trabalho de enfermeiros em um hospital universitário.

Rev Enferm UFSM. 2016[citado em 2021 abr. 9];6(1):01-09.

Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179769217766

Publicado

01-01-2021

Edição

Seção

Pesquisa

Como Citar

1.
Prazer-sofrimento de enfermeiros no cuidado à pessoa com transtorno mental e à família. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 1º de janeiro de 2021 [citado 7º de maio de 2025];25. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/article/view/54976

Artigos Semelhantes

1-10 de 984

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)