“Essa é nova! Gringo quer nos ensinar a falar a nossa própria língua”

ideologias linguísticas e posicionamentos identitários em uma página do Facebook

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35699/1983-3652.2022.37306

Palabras clave:

Ideologia linguística, Posicionamentos identitários, Facebook

Resumen

Neste artigo, nosso objetivo é investigar posicionamentos identitários negociados entre usuários de plataformas de redes sociais. Voltamo-nos, assim, para práticas comunicativas desenvolvidas na página do Facebook Greengo Dictionary, para analisar e discutir postagens e comentários por meio de um estudo qualitativo centrado no discurso online. Para esse fim, nos baseamos nos conceitos de comunidade virtual (RECUERO, 2009), comunidade discursiva (SWALES, 1992; ARAÚJO; SOUSA; CAVALCANTI, 2020), posturas (BARTON; LEE, 2015), posicionamentos (HARRÉ; VAN LANGENHOVE, 1999) e táticas de intersubjetividade (BUCHOLTZ; HALL, 2004; 2005), que nos permitiram compreender a construção discursiva dos posicionamentos identitários e as ideologias linguísticas (MOITA LOPES, 2008; 2013) que orientam os diferentes usos de inglês e português online. Neste artigo, apontamos, por fim, que, ao se engajarem em práticas de linguagem fluidas e híbridas, os usuários do Facebook se posicionam frente a uma gama de propósitos comunicativos, acentuando não só a criatividade e humor que caracterizam a página Greengo Dictionary, mas também discursos normativistas que atuam para o estabelecimento de diferentes relações identitárias.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Diogo Oliveira do Espírito Santo, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Formação de Professores, Amargosa, BA, Brasil

Doutor e mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade Federal da Bahia (PPGLINC/UFBA). Licenciado em Letras/Inglês pela mesma universidade. Docente de língua inglesa do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

Citas

ARAÚJO, J.; SOUSA, M. M. do N.; CAVALCANTI, J. M. Comunidade discursiva e redes sociais: os resenhadores do Skoob. pt. Intercâmbio, v. 45, set. 2020. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/intercambio/article/view/50439. Acesso em: 15 fev. 2022.

BAGNO, M. A inevitável travessia: da prescrição gramatical à educação linguística. In: BAGNO, M.; STUBBS, M. (Org.). Língua Materna: letramento, variação e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2002. p. 13–84.

BAKHTIN, M. M. Estetica da criação verbal. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1992.

BARTON, D.; LEE, C. Linguagem online: textos e práticas digitais. Tradução: M. C. Mota. São Paulo: Parábola, 2015.

BEZERRA, B. G.; PIMENTEL, R. L. Normativismo linguístico em redes sociais digitais: uma análise da fanpage Língua Portuguesa no Facebook. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 55, n. 3, p. 731–755, dez. 2016. DOI: 10.1590/010318135142185651. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132016000300731&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 15 fev. 2022.

BLOMMAERT, J. The sociolinguistics of globalization. Cambridge, UK ; New York: Cambridge University Press, 2010. (Cambridge approaches to language contact).

BOLANDER, B. Language and Identity on Facebook. In: THORNE, S.; MAY, S. (Org.). Language and Technology. Cham: Springer International Publishing, 2017. p. 1–13. Disponível em: http://link.springer.com/10.1007/978-3-319-02328-1_11-1. Acesso em: 15 fev. 2022.

BOLANDER, B.; LOCHER, M. Constructing identity on Facebook: Report on a pilot study. In: JUNOD, K.; MAILLAT, D. (Org.). Constructing the self. Tübingen: Narr Francke, 2010. p. 165–185.

BOLANDER, B.; LOCHER, M. A. “Peter is a dumb nut”: Status updates and reactions to them as ‘acts of positioning’ in Facebook. Pragmatics. Quarterly Publication of the International Pragmatics Association (IPrA), v. 25, n. 1, p. 99–122, mar. 2015. DOI: 10.1075/prag.25.1.05bol. Disponível em: http://www.jbe-platform.com/content/journals/10.1075/prag.25.1.05bol. Acesso em: 15 fev. 2022.

BORBA, R. Discurso e (trans)identidades: interação, intersubjetividade e acesso à prevenção de DST/AIDS entre travestis. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 9, n. 2, p. 441–473, 2009. DOI: 10.1590/S1984-63982009000200005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-63982009000200005&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 15 fev. 2022.

BUCHOLTZ, M.; HALL, K. Identity and interaction: a sociocultural linguistic approach. Discourse Studies, v. 7, n. 4-5, p. 585–614, out. 2005. DOI: 10.1177/1461445605054407. Disponível em: http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1461445605054407. Acesso em: 15 fev. 2022.

BUCHOLTZ, M.; HALL, K. Language and Identity. In: DURANTI, A. (Org.). A companion to linguistic anthropology. [S.l.]: Wiley Online Library, Blackwell Publishing, 2004. p. 369–394.

CANAGARAJAH, A. S. Translingual practice: global Englishes and cosmopolitan relations. Milton Park, Abingdon, Oxon ; New York: Routledge, 2013.

DOVCHIN, S. Language, social media and ideologies: translingual Englishes, Facebook and authenticities. Cham, Switzerland: Springer, 2020. (Springer Briefs in Linguistics).

FARACO, C. A. (Ed.). Estrangeirismos: guerras em torno da língua. 2. ed. São Paulo: Parábola, 2011. (Na ponta da língua, 1).

GARCEZ, P. de M.; ZILLES, A. M. S. Estrangeirismos: desejos e ameaças. In: FARACO, C. A. (Org.). Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola Editorial, 2001. p. 15–36.

GREENGO DICTIONARY. Sobre. [S.l.: s.n.], nov. 2021. Disponível em: https://www.facebook.com/greengodictionary/about/?ref=page_internal. Acesso em: 13 nov. 2021.

HARRÉ, R.; LAGENHOVE, L. van (Ed.). Positioning theory: moral contexts of intentional action. Oxford ; Malden, Mass: Blackwell, 1999.

KAYI-AYDAR, H. Positioning Theory in Applied Linguistics: Research Design and Applications. Cham: Springer International Publishing, 2019. DOI: 10.1007/978-3-319-97337-1. Disponível em: http://link.springer.com/10.1007/978-3-319-97337-1. Acesso em: 16 fev. 2022.

KROSKRITY, P. Language ideologies. In: DURANTI, A. (Org.). A companion to linguistic anthropology. Oxford: Balckwell, 2004. p. 496–517.

LEE, C. Micro-blogging and status updates on Facebook: Texts and practices. In: THURLOW, C.; MROCZEK, K. (Org.). Digital discourse: Language in the new media. Oxford: Oxford University Press, 2011. p. 110–128.

LEPPÄNEN, S.; PEURONEN, S. Multilingualism on the internet. In: JONES, M. M.; BLACKLEDGE, A.; CREESE, A. (Org.). The handbook of multilingualism. New York: Routledge, 2012. p. 384–402.

MOITA LOPES, L. P. da. Ideologia linguística: como construir discursivamente o português no século XXI. In: MOITA LOPES, L. P. da (Org.). O português no século XXI: cenário geopolítico e sociolinguístico. São Paulo, SP: Parábola, 2013. (Coleção Lingua[gem], 50). p. 18–52.

MOITA LOPES, L. P. da. Inglês e globalização em uma epistemologia de fronteira: ideologia lingüística para tempos híbridos. DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, v. 24, n. 2, p. 309–340, 2008. DOI: 10.1590/S0102-44502008000200006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502008000200006&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 16 fev. 2022.

MOITA LOPES, L. P. da. Identidades fragmentadas: a construção de raça, gênero e sexualidade na sala de aula. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2002. (Coleção Letramento, Educação e Sociedade).

MOLON, N. D.; VIANNA, R. O Círculo de Bakhtin e a Linguística Aplicada. Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso, v. 7, n. 2, p. 142–165, dez. 2012. ISSN 2176-4573. DOI: 10.1590/S2176-45732012000200010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-45732012000200010&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 16 fev. 2022.

OTHEGUY, R.; GARCÍA, O.; REID, W. Clarifying translanguaging and deconstructing named languages: A perspective from linguistics. Applied Linguistics Review, v. 6, n. 3, p. 281–307, set. 2015. DOI: 10.1515/applirev-2015-0014. Disponível em: https://www.degruyter.com/document/doi/10.1515/applirev-2015-0014/html. Acesso em: 16 fev. 2022.

RAMPAZZO, L.; ARANHA, S. Revisitar o conceito de comunidade para discutir sua aplicação a contextos telecolaborativos. Alfa: Revista de Linguística (São José do Rio Preto), v. 63, n. 2, p. 373–396, set. 2019. DOI: 10.1590/1981-5794-1909-6. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-57942019000200373&tlng=pt. Acesso em: 16 fev. 2022.

RECUERO, R. Comunidades em redes sociais na internet. In: RECUERO, R. (Org.). Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 135–163.

RECUERO, R. Comunidades virtuais - Uma abordagem teórica. [S.l.: s.n.], 2003. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/recuero-raquel-comunidades-virtuais.pdf. Acesso em: 27 set. 2021.

ROCHA, C. H.; MACIEL, R. F. Ensino de língua estrangeira como prática translíngue: articulações com teorizações bakhtinianas. DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, v. 31, n. 2, p. 411–445, dez. 2015. DOI: 10.1590/0102-4450437081883001191. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502015000200411&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 16 fev. 2022.

RODRIGUES, N.; CASTRO, R.; RODRIGUES, N. A sombra das chuteiras imortais: crônicas de futebol. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 1993. (Coleção das obras de Nelson Rodrigues, 4).

SEIDLHOFER, B. Understanding English as a Lingua Franca: a complete introduction to the theoretical nature and practical implications of English used as a Lingua Franca. Oxford: Oxford University Press, 2011.

STUBBS, M. A língua na educação. In: BAGNO, M.; STUBBS, M.; GAGNÉ, G. (Org.). Língua Materna: letramento, variação e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2002. p. 85–162.

SWALES, J. Repensando gêneros: uma nova abordagem aos efeitos da comunidade discursiva. In: COMUNICAÇÃO apresentada no “Rethinkinggenrecolloquim”, realizado na Universidade de Carleton. Tradução: B. Bezerra. Ottawa: [s.n.], 1992.

WOOLARD, K. A. Introduction: language ideology as a field of inquiry. In: SCHEFFLIN, B.; WOOLARD, K. A.; KROSKRITY, O. (Org.). Language ideologies. Practice and Theory. New York: Oxford University Press, 2008.

ZOLIN-VESZ, F. Gusta me mucho: enunciados des/reterritorializados e a concepção de língua. Revista Linguagem & Ensino, v. 19, n. 1, p. 217–228, 2016. DOI: 10.15210/rle.v19i1.15278. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/rle/article/view/15278. Acesso em: 16 fev. 2022.

Publicado

16-02-2022

Cómo citar

MOREIRA, B. de A. O.; ESPÍRITO SANTO, D. O. do. “Essa é nova! Gringo quer nos ensinar a falar a nossa própria língua”: ideologias linguísticas e posicionamentos identitários em uma página do Facebook. Texto Livre, Belo Horizonte-MG, v. 15, p. e37306, 2022. DOI: 10.35699/1983-3652.2022.37306. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/textolivre/article/view/37306. Acesso em: 16 ago. 2024.