Estádios de futebol o movimento da memória na atribuição de sentidos à Boca do Lobo

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Naiara Souza da Silva

Resumo

O presente texto origina-se de uma pesquisa de Doutorado na área de Letras, cuja temática principal trata do funcionamento do futebol em nossa sociedade, e, nessa linha, muitas discussões puderam ser propostas na sequência enquanto seguimentos de reflexões teóricas e analíticas. Assim sendo, com o aparato teórico e analítico da Análise de Discurso, tratada também como AD, cujo precursor é Michel Pêcheux, buscamos compreender o sentido atribuído ao Esporte Clube Pelotas, um estádio situado no interior sul do Rio Grande do Sul. Precisamente, atentamo-nos às palavras de um sujeito tatuado torcedor áureo-cerúleo quando participou de uma entrevista oral semiestruturada com preponderância à aberta, realizada em 2017, a respeito de sua relação com seu time de preferência. Nosso objetivo é observar a representação do estádio de futebol e os efeitos de sentido que daí se (re)produzem, a partir do movimento da memória  “do edifício ao torcedor” e do “torcedor ao edifício”.

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Como Citar
SILVA, N. S. da. Estádios de futebol: o movimento da memória na atribuição de sentidos à Boca do Lobo. FuLiA/UFMG , Belo Horizonte/MG, Brasil, v. 5, n. 2, p. 97–115, 2021. DOI: 10.35699/2526-4494.2020.22232. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/fulia/article/view/22232. Acesso em: 28 mar. 2024.
Seção
DOSSIÊ
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