Formante do cantor

revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-6377.2024.54105

Palavras-chave:

Canto, Voz, Acústica, Percepção

Resumo

O canto operístico, não amplificado por microfones, implica exigências para que o cantor seja ouvido em decorrência do acompanhamento da orquestra sinfônica. Para tal, este artista pode utilizar o recurso chamado formante do cantor. Foi realizada uma revisão integrativa do formante do cantor nas bases de dados PubMed Central, Scopus e Scielo com foco nos conceitos, nos ajustes fonatórios/ articulatórios e na dimensão perceptivo-auditiva subjacentes ao fenômeno. Identificou-se que os conceitos foram associados ao brilho vocal e ao correlato acústico de maior energia de alta frequência criando um agrupamento do terceiro e do quarto formante. No âmbito articulatório, identificou-se rebaixamento da laringe, alargamento da faringe e aproximação da língua aos dentes incisivos inferiores. O fenômeno estudado é responsável pela audibilidade da voz humana.

Biografia do Autor

  • Suelen Scholl Matter, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Suelen Matter é graduada em Música, habilitação canto, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2012); Mestre em Música pela UFRGS (2014); Doutoranda em Comunicação Humana e Saúde pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP (2020-) e Técnica em música, habilitação canto pela EST (2005). Docente na Área de Artes e Arquitetura na Universidade de Caxias do Sul. Também atua como diretora de projetos musicais, óperas, operetas e produções de espetáculos de música popular brasileira, professora de canto, pesquisadora, regente e solista. Recebeu três premiações: Prêmio Açorianos de Música (2012), Prêmio Internacional Ameride (2022)  e Prêmio de melhor aluna de IC, na área de música - UFRGS (2013).

  • Marta Assumpção de Andrada e Silva, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Possui graduação em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP (1988), mestrado em Comunicação Humana e Saúde pela PUC-SP(1995) e doutorado em Comunicação e Semiótica também pela PUC-SP (2000). Atualmente atua em consultório particular e presta assessoria em comunicação corporativa, midia training, comunicação assertiva e não violenta. Na PUC-SP é Vice coordenadora da Programa de Pós-graduação (PPG) em Comunicação Humana e Saúde (2023/2025) e nas graduações de Fonoaudiologia, Comunicação das Artes do Corpo e Jornalismo. É professora adjunto no Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) e chefe de departamento em Distúrbios da Comunicação. É coordenadora, em conjunto com o Prof. Dr. André de Campos Duprat, do Ambulatório de Artes Vocais da Santa Casa de São Paulo, serviço que há mais de 20 anos, atende via SUS cantores e atores com problema de voz. É parecerista nas revistas DIC, CoDAS, CEFAC, ACR e Arquivos Médicos, além da FAPESP e do CNPq.

     



Referências

Barbosa, Plínio, and Madureira Sandra. 2015. Manual de Fonética Acústica Experimental: aplicações a dados do português. São Paulo: Cortez.

Bartholomew, Wilmer T. 1934. “A Physical Definition of ``Good Voice-Quality'' in the Male Voice.” The Journal of the Acoustical Society of America. 6 (1): 25-33.

Bloothooft, Gerrit. 1985. “Spectrum and timbre of sung vowels.” [dissertatie] Amsterdã: Vrije Universiteit; 1985. Doctoral dissertation. Vrije Universiteit te Amsterdam.

Carneiro Paula R., and Lídia Cristina da Silva Teles. 2012. “Influência de alterações posturais, acompanhadas por fotogrametria computadorizada, na produção da voz.” Fisioterapia em Movimento 25(1): 13-20.

Childers Donald, Yea, and Enrico Bocchieri. 1983. “Source/Vocal Tract Interaction in

Speech and Singing Synthesis.” In: SMACK 83: Proceedings of Stockhohn Music Acoustics Conference: Volume 1, edited by Andres Askenfelt, Si Felicetti, Erik Jansson and Johan Sundberg 125-141. Stockholm: Royal Swedish Academy of Music

Cordeiro, Gislaine F., Silvia M. R. Pinho, andZuleica A. Camargo.2007. “Formante do cantor – um enfoque fisiológico”. In: Temas em voz profissional, edited by Silvia Rebelo Pinto, 23-30. Rio de Janeiro: Revinter; 2007. p. 23-30.

Cielo Carla A, Letícia Fernandez Frigo, and Mara Keli Christmann. 2013. “Pressão sonora e tempo máximo de fonação após a técnica de finger kazoo.” CEFAC 15 (1): 994-1000.

Cruz, Tiago Lima Bicalho, and Maurício Alves Loureiro. 2020. "Análise da configuração glótica e supraglótica e dados acústicos no canto do contratenor." Per Musi 40 (1): 1-19.

D'Avila, Helena, Carla Aparecida Cielo, and Márcia do Amaral Siqueira. 2010. Som fricativo sonoro /ℑ/: modificações vocais. CEFAC 12 (06): 915-924.

Elias, Norbert. 1994. O processo civilizador. Formação do Estado e civilização. São Paulo: Jorge Zahar.

Fant, Gunnar. 1970. Acoustic theory of speech production. 2. ed. Paris: Mouton.

Fields, Victor A. 1977. Foundations of the Singers Art. New York: Vantage Press.

Fields, Victor A. 1947. Training the singing voice: An analysis of the working concepts contained in recent contributions to vocal pedagogy. United States: Columbia University Press.

Barbara Griffin, Peak Woo, Raymond Colton, Janina Casper and David Brewer.

“Physiological characteristics of the supported singing voice. A preliminary study.” J Voice 9 (1): 45-56.

Gusmão, Cristina de Souza, Paulo Henrique Campos, and Maria Emília Oliveira Maia. 2010. “O formante do cantor e os ajustes laríngeos utilizados para realizá-lo: uma revisão descritiva.” Per musi 22: 43-50.

Hanayama, Eliana Midori, Zuleica Camargo, Domingos Hiroshi Tsuji, and Silvia Rebelo Pinho. 2009. “Metallic voice: physiological and acoustic features.” J Voice 23(1): 62-70.

Helmholtz, Hermann LF. 1954. On the sensations of the tone as a physiological basis for the theory of music. Nova York: Dover.

Hunter, Eric, and Ingo Titze. 2005. “Overlap of hearing and voicing ranges in singing.” J Sing 61 (4):387-392.

Keller, Peter, Rasmus König, and Giacomo Novembre. 2017. “Simultaneous cooperation and competition in the evolution of musical behavior: Sex-Related modulations of the singer's formant in human chorusing”. Frontiers in Psychology 8: 1559.

Lee, Sang-Hoon, Hee-Jun Kwon, Hyun-Jin Choi, Nam-Hun Lee, Sung-Jin Lee, and Sung-Min Jin. “The singer 's formant and speaker's ring resonance: a long-term average spectrum analysis.” 2008. Clinical and experimental otorhinolaryngology 1(2): 92-96.

Loiola, Camila Miranda, and Leslie Piccolotto Ferreira. 2010. “Coral amador: efeitos de uma proposta de intervenção fonoaudiológica.” CEFAC 12(5): 831–841.

Mainka A, Poznyakovskiy A, Platzek I, Fleischer M, Sundberg J, Mürbe D. Lower. 2015. “Vocal Tract Morphologic Adjustments Are Relevant for Voice Timbre in Singing.” PLoS One 10(7): e0132241.

Matter, Suelen Scholl. 2024. “Formante do cantor: revisão integrativa e desenvolvimento por meio de exercícios do trato vocal semiocluído.”. Tese de doutorado em Comunicação Humana e Saúde, Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Mello, Ênio Lopes, Luiz Ricardo Basso Ballestero, and Marta Assumpção de Andrada E. Silva. 2015. “Postura corporal, voz e autoimagem em cantores líricos.” Per musi (31): 74-85.

Miller Richard. 2019. A estrutura do canto: sistema e arte na técnica vocal. São Paulo: É Realizações.

Perelló, Jorge, Caballé, Montserrat, Guitart, Enrique. Canto-Dicción: foniatria estética. 1982. Barcelona: Editorial Científico – Médica.

Barbosa de Sousa, Nádia, and Marta Andrada e Silva. 2016. “Diferentes abordagens de ensino para projeção vocal no canto lírico.” Per Musi 00 (33):130-146.

Smyth, Mary M., and Alan W. Wing, eds. 1984. The Psycohology of Human Movement. London: Academic Press.

Sundberg, Johan. 2018. Ciência da Voz: fatos sobre a voz na fala e no canto. Tradução de Glaucia Laís Salomão. São Paulo: editora da Universidade de São Paulo.

Sundberg Johan. 1974. “Articulatory Interpretations of the singing formant.” Journal of The Acoustical Society of America 55 (4): 838-844.

Sundberg, Johan. 1987. The science of the singing voice. Illinois: Northern Illinois University Press.

Teachey, Jerold, Joel C. Kahane, and Neal S. Beckford. 1991. “Vocal mechanics in untrained professional singers.” Journal of Voice 5 (1): 51-56.

Titze, Ingo, Ronald Baken J., Kenneth Bozeman W., Svante Granqvist, Natalie Henrich, and Christian Herbst, Joe Wolfe. 2015. “Toward a consensus on symbolic notation of harmonics, resonances, and formants in vocalization”. Acoustical Society of America 137(5): 3005–3037

Titze, Ingo, Lynn M. Maxfield LM, and Megan C. Walker. 2017. “A Formant Range Profile for Singer.” Journal of Voice 31(3): 382- 389.

Torraco Richard J. 2005. “Writing integrative literature reviews: Guidelines and examples. Human Resources Development Review” Human resource development review, 4 (3), 356-367.

Travassos, Elizabeth. 2008 “Um objeto fugidio: voz e ‘musicologias’". In Palavra cantada: ensaios sobre poesia, música e voz, edited by Claudia Neiva de Matos, Elizabeth Travassos, and Fernanda Teixeira de Medeiros, 199-123. Rio de janeiro: 7letras.

Vieira, Maurílio Nunes. 2004. “Uma introdução à acústica da voz cantada.”In: Seminário Música Ciência Tecnologia 1(1): 70-79.

Weiss Rudolf, William Brown Júnior, and Jack Moris. 2001. “Singer's formant in sopranos: fact or fiction?” J Voice 15(4):4 57-468.

Publicado

2024-10-15

Edição

Seção

Articles in Portuguese/Spanish

Como Citar

“Formante Do Cantor: Revisão Integrativa”. 2024. Per Musi 25 (outubro): 1-23. https://doi.org/10.35699/2317-6377.2024.54105.

Artigos Semelhantes

1-10 de 38

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.