Le trait comme réinscription politique dans le film Apiyemiyekî ?
DOI :
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2023.45323Mots-clés :
Dessin, Identité narrative, Réenregistrement politique, TraceRésumé
Dans ce texte, nous cherchons à analyser comment le film Apiyemiyekî? explore le dessin comme un témoignage d’imagerie du peuple Waimiri-Atroari, décimé pendant la dictature -militaire au Brésil. Le film, en plaçant le graphique dans le protagonisme, parvient à une discussion dans laquelle l’impossibilité de raconter traumatisme et douleur est entrelacée à l’aspect perturbateur et non visible de la trace. Les dessins, en plus de révéler une autre perspective des faits, exposent les absences qui concernent l’identité narrative, de la communauté représentée, reconfigurant l’expérience historique du spectateur. Nous comprenons cette construction filmique comme une réinscription politique capable d’élaborer le passé à partir de ce qui manque et ce qu’il en reste comme trace. Pour l’analyse, nous ferons une approximation avec l’idée d’une « pensée de dessin » En tenant l’angle mort et de l’autoportrait, par lequel il est possible d’exposer la résistance du trait et le non visible de l’image.
Références
APIYEMIYEKÎ? Direção: Ana Vaz. Produção: Olivier Marboeuf, Ana Vaz, Anže Peršin, Annemiek van Gorp, Rene Goossens. Brasil/França: Tenar Projects; Spectre Productions; De Productie, 2020. Disponível em: https://mubi.com/pt/films/apiyemiyeki. Acesso em: 24 out. 2023.
APIYEMIYEKÎ? Conversa com a Diretora: Q&A with Ana Vaz. Entrevistador: Leonardo Camera. [S. l.: s. n.], 2020. 1 video (18 min). Publicado pelo canal FestCurtasBH. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6M5lVubrnMw. Acesso em: 24 out. 2023.
BALBINA no País da Impunidade. Direção de Rogelio Casado. [S. l.: s. n.], 1989. 1 video (27 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2v40-zvNW0k. Acesso em: 24 out. 2023.
COMOLLI, Jean-Louis. Ver e poder: a inocência perdida – cinema, televisão, ficção, documentário. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
DA SILVA FILHO, Eduardo Gomes. Egydio Schwade: um intelectual à serviço dos índios. Canoa do Tempo, v. 10, n. 1, p. 176-197, 2018. Disponível em: https://www.periodicos.ufam.edu.br/index.php/Canoa_do_Tempo/article/view/4113. Acesso em: 24 out. 2023.
DA SILVA FILHO, Eduardo Gomes. A escrita Waimiri-Atroari, uma etnografia da etnologia indígena: memórias e a construção social da resistência. Muiraquitã: Revista de Letras e Humanidades, v. 4, n. 1, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/mui/article/view/730. Acesso em: 24 out. 2023.
DERRIDA, Jacques. Gramatologia. Trad. Miriam Schnaiderman e Renato J. Ribeiro. São Paulo: Perspectiva, 1973.
DERRIDA, Jacques. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
DERRIDA, Jacques. Memórias de cego: o auto-retrato e outras ruínas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.
LAGROU, Els. Desenho e pintura corporal. In: LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil: agência, alteridade e relação. Belo Horizonte: C/ Arte, 2009. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3762631/mod_resource/content/1/LAGROU%20Cap.%204.pdf. Acesso em: 10 jul. 2023.
MÄHLER-NAKASHIMA. Henry Albert Yukio. Por que kamña matou Kiña? A Retórica Indigenista Estatal, a FUNAI e os Waimiri-Atroari (1967-1988). 2022. 460 p. Tese (Doutorado em História) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2022. Disponível em: https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/26096. Acesso em: 24 out. 2023.
MICHAUD, Ginette. “(Sem) desígnio – o desenho”: reler Mémoires d’Aveugle de Jacques Derrida. Revista Filosófica de Coimbra, n. 43, p. 71-122. 2013. Disponível em: https://www.uc.pt/fluc/dfci/public_/publicacoes/sem_designio. Acesso em: 05 jan. 2022.
NASS, Michael. A noite do desenho: fé e saber em Memórias de Cego de Jacques Derrida. Revista Ensaios Filosóficos, Rio de Janeiro, v. XI, p. 9-21, 2015. Disponível em: http://www.ensaiosfilosoficos. com.br/Artigos/Artigo11/MichaelNass.pdf. Acesso em: 15 jan. 2022.
NEVES, Josélia Gome. Cultura escrita em contextos indígenas. 2009. 369 p. Tese (Doutorado em Educação Escolar) – Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, 2009. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/101579/neves_jg_dr_arafcl.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 24 out. 2023.
REIS, Wilson C. Braga; SCHWADE, Egydio Paul. 1º Relatório do Comitê Estadual da Verdade: o genocídio do povo Waimiri-Atroari. Manaus: Comitê da Verdade do Amazonas, 2012. 92 p. Disponível em: https://www.gov.br/memoriasreveladas/pt-br/assuntos/comissoes-da-verdade/estaduais/1r_cv_am_waimiri_atroari.pdf. Acesso em: 24 out. 2023.
RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa: a configuração do tempo na narrativa de ficção. São Paulo: Martins Fontes. 2010.
RICOEUR, Paul. A história, a memória, o esquecimento. Campinas: Editora da Unicamp, 2007.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Giulianna Ronna, Cristiane Freitas Gutfreind 2023
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado
- É responsabilidade dos autores a obtenção da permissão por escrito para usar em seus artigos materiais protegidos por lei de Direitos Autorais. A Revista PÓS não é responsável por quebras de direitos autorais feitas por seus colaboradores.