TRABALHO, DOCÊNCIA E PRECARIZAÇÃO

BREVES NOTAS DE UM PROJETO DE PESQUISA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17648/2238-037X-trabedu-v28n3-9844

Palavras-chave:

Trabalho, Docência, Precarização

Resumo

Este trabalho tem por objetivo retomar o debate acerca da atividade docente enquanto processo de trabalho, entendido como processo de transformação não somente da natureza, mas também do próprio ser humano, atividade que, e em conjunto com a linguagem e a cooperação, fornece novos sentidos às relações entre consciência e realidade. No entanto, para uma análise mais rigorosa do termo, faz-se necessário compreender suas formas especificamente capitalistas. Com esse desígnio, caminha-se para a análise dos sentidos modernos de trabalho em Karl Marx, destacando os processos de alienação e de estranhamento, assim como de trabalho abstrato e de trabalho produtivo, com intuito de confirmar a hipótese segundo a qual o trabalho docente se constituiu em um típico trabalho assalariado no modo de produção capitalista. Em seguida, o texto procura demonstrar o que foi o processo de flexibilização e de precarização imposto ao mundo do trabalho e seus impactos negativos na atividade docente, a partir da reestruturação produtiva ocorrida após a década de 1970. Por fim, busca-se uma resposta, ainda que provisória e incerta, para a atividade docente, tendo por base as práticas dos antigos artífices e mestres de ofício.

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Biografia do Autor

Thiago Brito, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Doutor em Geografia pela UFMG, Mestre em Geografia pela UFMG, Especialista em Estudos Ambientais PUC-MG, Bacharel e Licenciado em Geografia pela UFMG.

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Publicado

2019-12-11

Como Citar

BRITO, T. TRABALHO, DOCÊNCIA E PRECARIZAÇÃO : BREVES NOTAS DE UM PROJETO DE PESQUISA . Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v. 28, n. 3, p. 161–178, 2019. DOI: 10.17648/2238-037X-trabedu-v28n3-9844. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/9844. Acesso em: 20 abr. 2024.

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