Parâmetros nutricionais, metabólicos e comportamento ingestivo de cordeiros alimentados com concentrado extrusado
DOI:
https://doi.org/10.35699/2447-6218.2022.41411Palavras-chave:
Consumo, Digestibilidade, Ração extrusada, RuminantesResumo
Objetivou-se avaliar o efeito da utilização de níveis de concentrado extrusado sobre os parâmetros nutricionais, metabólicos e comportamento ingestivo em cordeiros mestiços Dorper x Santa Inês. Vinte cordeiros com aproxima- damente cinco meses de idade foram distribuídos aleatoriamente em gaiolas metabólicas e receberam dietas com duas relações volumoso:concentrado, sendo 30% de volumoso e 70% de concentrado extrusado (30V:70C) ou 70% de volumoso e 30% de concentrado extrusado (70V:30C). O volumoso utilizado foi silagem de milho e o concen- trado extrusado foi o Beef Agnus® (Nutratta Nutrição Animal, Itumbiara-GO, Brasil). Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos e dez repetições (animal) por tratamento. O consumo de matéria seca expresso por peso corporal e metabólico foi maior nos animais que receberam 70% de concentrado extrusado. Esses animais também tiveram menor tempo de ingestão e maior tempo em ócio e mastigação. Dentre os metabólitos energéticos e proteicos mensurados, houve efeito do nível de concentrado extrusado somente sobre a concentração de colesterol sérica, sendo que os animais que receberam o maior nível de concentrado tiveram maior concentração sérica. Houve relação linear positiva entre o tempo de coleta e a concentração de glicose sanguínea. Conclui-se que cordeiros alimentados com 70% de concentrado extrusado e 30% de silagem de milho apresentam maior consumo de matéria seca e redução no tempo em mastigação. E também, conseguem manter seu metabolismo energético e proteico controlado sem desenvolvimento de disfunções hepática e renal.
Downloads
Referências
Alves, A. R.; Pascoal, L. A. F.; Cambuí, G. B.; Trajano, J. S.; Silva, C. M.; Gois, G. C. 2016. Fibras para ruminantes: aspecto nutricional, metodológico e funcional. Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia - PUBVET, 10 (7): 568–579. Doi: https://www.pubvet.com. br/uploads/e1142e0e16dd9d3280d9ab0508c86149.pdf.
Agricultural Research Council – ARC. 1980. The nutrient requirements of ruminant livestock. 1. ed. Commonwealth Agricultural Bureaux, London.
Berchielli, T. T; Vega-Garcia, A.; Oliveira, S. G. 2011. Principais técnicas de avaliação aplicadas em estudo de nutrição. p. 565–600. In: Berchielli, T. T.; Pires, A. V.; Oliveira, S. G. eds. Nutrição de Ruminantes. Funep, Jaboticabal, SP, Brasil.
Bispo, S. V.; Ferreira, M. A.; Véras, A. S. C.; Batista, A. M. V.; Pessoa, R. A. S.; Bleuel, M. P. 2007. Palma forrageira em substituição ao feno de capim-elefante. Efeito sobre consumo, digestibilidade e características de fermentação ruminal em ovinos. Revista Brasileira de Zootecnia, 36(6): 1902–1909. Doi: https://doi.org/10.1590/S1516-35982007000800026.
Caldeira, R. M. 2005. Monitorização da adequação do plano alimentar e do estado nutricional em ovelhas. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias. 100(555–556): 125–139. Disponível em: http://www. fmv.ulisboa.pt/spcv/PDF/pdf6_2005/100_125-139.pdf.
Cochran, W.G. 1941. The distribution of the largest of a set of estimated variances as a fraction of their total. Annals of Human Genetics, 11(1): 47–52. Doi: https://doi.org/10.1111/j.14691809.1941.tb02271.x.
Ferreira, S. F.; Freitas Neto, M. D.; Pereira, M. L. R.; Melo, A. H. F.; Oliveira, L. G.; Neto, J. T. N. 2013. Fatores que afetam o consumo alimentar de bovinos. Arquivos de Pesquisa Animal, 2 (1): 9-19; Dispo- nível em: https://www2.ufrb.edu.br/apa/component/phocadownload/ category/13ano13vol2?download=162:fatores-que-afetam-o-con- sumo-alimentar-de-bovinos.
Fischer, V.; Deswysen, A. G.; Despres, L.; Dutilleul, P.; Lobato, J. F.P. 1998. Padrões nectemerais do comportamento ingestivo de ovinos. Revista Brasileira de Zootecnia, 27: 362–369. Disponível em: http:// www.sbz.org.br/revista/artigos/2021.pdf.
Gale, G. E.; Knight, A. C. 1979. Apparatus and procedure for the accu- rate assessment of forage chop lenght. Anais de “Conference on forage conservation in the 80”. Londres, Reino Unido.
Giesecke, D.; Ehrentreich, L.; Stangassinger, M. 1994. Mammary and renal excretion of purine metabolites in relation to energy intake and milk yield in dairy cows. Journal of Dairy Science, 77(8): 2376–2381. Doi: https://doi.org/10.3168/jds.s0022-0302(94)77180-0.
Gobesso, A. A. O.; Fagundes, M. H. R. 2011. Efeito do sistema de fornecimento do concentrado sobre a digestibilidade da dieta e res- posta glicêmica plasmática em equinos. Revista Brasileira de Medicina Equina, 6: 4–7.
Gomes, S. P.; Borges, I.; Borges, A. L. C. C.; Macedo Junior, G. L.; Campos, W. E.; Brito, T. S. 2012.Tamanho de partícula do volumoso e frequência de alimentação sobre o metabolismo energético e protéico em ovinos, considerando dietas com elevada participação de concen- trado. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, 13: 73–744. Doi: https://doi.org/10.1590/S1519-99402012000300013.
Gonçalves, L. C.; Borges, I.; Ferreira, P. D. S. 2009. Alimentação de gado de leite. 1. ed. FEPMVZ, Belo Horizonte, MG, Brasil.
González, F. H. D. 2000. Uso do perfil metabólico para determinar o status nutricional em gado de corte. p. 32–72. In: González, F. H. D.; Barcellos, J. O.; Patiño, H. O.; Ribeiro, L. A. O Perfil metabólico em uso em nutrição e doenças nutricionais. UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil.
González, F. H. D.; Silva, S. C. 2006. Introdução à bioquímica clínica veterinária. UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil.
González, F. H. D.; Scheffer, J. F. S. 2002. Perfil sanguíneo: ferramenta de análise clínica, metabólica e nutricional. Anais do Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, Gramado, RS, Brasil, 29.
Hodgson, J. 1979. Nomenclature and definitions in grazing stu- dies. Grass and Forage Science, 34(1): 11–18. Doi: https://doi.or- g/10.1111/j.1365-2494.1979.tb01442.x.
Kozloski, G. V. 2017. Bioquímica dos ruminantes. 3. ed. UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.
Medeiros, S. R.; Marino, C. T. 2015. Carboidratos na nutrição de ru- minantes. P. 45–62. In: Medeiros, S. R.; Gomes, R. C.; Bungenstab, D.
J. Nutrição de bovinos de corte: fundamentos e aplicações. Embrapa, Brasília, DF, Brasil.
Mourão, R. C.; Pancoti, C. G.; Moura, A. M.; Ferreira, A. L.; Borges, A.
L. C. C.; Silva, R. R. 2012. Processamento do milho na alimentação de ruminantes. Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia, 6 (5), art. 1292, 1-27. Disponível em: https://www.pubvet.com.br/artigo/3051/ processamento-do-milho-na-alimentaccedilatildeo-de-ruminantes.
National Research Council - NRC. 2000. Nutrient requirements of beef cattle. 7. National Academy Press, Washington, D. C, Estados Unidos da América.
National Research Council - NRC. 2007. Nutrient requirements of small ruminants: sheep, goats, cervids, and new world camelids. National Academy Press, Washington, D. C, Estados Unidos da América.
Oliveira, K. A.; Macedo Junior, G. L.; Silva, S. P.; Araújo, C. M.; Vara- nis, L. F. M.; Sousa, L. F. 2018. Nutritional and metabolic parameters of sheep fed with extrused roughage in comparison with corn silage. Semina: Ciências Agrárias, 39 (4): 1795–1804. Doi: https://doi.or- g/10.5433/1679-0359.2018v39n4p1795.
Polli, V. A.; Restle, J.; Senna, D. B.; Rosa, C. E.; Aguirre, L. F.; Silva, J. 1996. Aspectos relativos à ruminação de bovinos e bubalinos em regime de confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, 25(5), 987- 993. Disponível em: http://www.sbz.org.br/revista/artigos/287.pdf.
Reece, W. O. 2004. Dukes’ Fisiologia de animais domésticos. 12. Cornell University Press, Ithaca, Estados Unidos da América.
Santos, F. C. O.; Mendonça, C. L.; Silva Filho, A. P.; Carvalho, C. C. D.; Soares, P. C. 2011. Indicadores bioquímicos e hormonais de casos naturais de toxemia da prenhez em ovelhas. Pesquisa Veterinária Brasileira, 31 (11): 974–980. Doi: https://doi.org/10.1590/S0100- 736X2011001100006.
Santos, G. J. P. Palatabilidade e preferência de ovinos a alimentos concentrados alternativos. 2018. 47f. Dissertação (Mestrado em Zoo- tecnia) - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Shapiro, S. S.; Wilk, M. B. 1965. An Analysis of Variance Test for Normality, (Complete Samples). Biometrika, 52(3–4): 591–611. Doi: https://doi.org/10.2307/2333709.
Silva, M. R. H.; Neumann, M. 2012. Fibra efetiva e fibra fisicamente efetiva: conceitos e importância na nutrição de ruminantes. FAZU em Revista, 9, 69–84.
Souza, R. A.; Voltolini, T. V.; Araújo, G. G. L.; Pereira, L. G. R.; Moraes, S. A.; Mistura, C.; Belem, K. V. J.; Moreno, G. M. B. 2013. Consumo, digestibilidade aparente de nutrientes e balanços de nitrogênio e hídrico de ovinos alimentados com silagens de cultivares de capim-búfel. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 65(2): 526–536. Doi: https://doi.org/10.1590/S0102-09352013000200032.
Varanis, L. F. M.; Schultz, E. B.; Oliveira, K. A.; Sousa, L. F.; Cruz, W.F. G.; Macedo Junior, G. L. 2021. Intervalos de referência de bioquí- micos séricos para cordeiros do nascimento a um ano nos trópicos. Semina: Ciências Agrárias, 42 (3), Supl. 1, 1725–1740. Doi: https:// doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n3Supl1p1725.
Varga, G. A.; Prigge, E. C. 1982. Influence of forage species and level of intake on ruminal turnover rates. Journal of Animal Science, 55(6): 1498–1504. Doi: https://doi.org/10.2527/jas1982.5561498x.
Wittwer, F.; Reyes, J. M.; Optiz, H.; Contreras, P. A.; Bohmwald, T. M. 1993. Determinación de urea en muestras de leche de rebaños bovinos para el diagnóstico de desbalance nutricional. Archivo Medico Veteri- nario, 25: 165–172. Disponível em: https://www.researchgate.net/pu- blication/286270560_Determinacion_de_urea_en_muestras_de_leche_ de_rebanos_bovinos_para_el_diagnostico_de_desbalance_nutricional
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Caderno de Ciências Agrárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são de direito do autor. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores.
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.