Diversidade de Processos Argumentativos e a Construção de Cultura Favorável à Argumentação em duas Salas de Aula de Ciências
DOI:
https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2021u595625Palavras-chave:
Processos Argumentativos, Cultura de salas de aula de Ciências, Teoria da argumentação Pragma-dialéticaResumo
O presente estudo busca compreender aspectos da construção de uma cultura de sala de aula favorável à argumentação por meio do contraste entre processos argumentativos em duas turmas do Ensino Fundamental. Utilizamos ferramentas da etnografia interacional e adaptamos aspectos da teoria da argumentação Pragma-dialética. Conduzimos observação participante com registro em notas de campo e em vídeo. Os resultados evidenciaram que a construção de uma cultura de sala de aula favorável à argumentação ocorre ao longo do tempo e dos eventos, por de meio de processos argumentativos diversos. Em ambas as turmas, as formas como professores interagiram discursivamente com estudantes contribuíram para promover a diferença de opinião e, consequentemente, apoiar uma cultura de argumentação. As formas de participação dos(as) estudantes também contribuíram para a variação na argumentação, pois houve tanto com o(a) professor(a) quanto entre pares. O estudo tem potencial para contribuir para a prática pedagógica e para a formação de professores e para uma melhor compreensão da diversidade de processos argumentativos.
Downloads
Referências
Baker, M. J. (2015). The integration of pragma-dialectics and collaborative learning research: dialogue, externalisation and collective thinking. In F. A. van Eemeren, & B. Garssen (Eds.) Argumentation in Context, 175–199. Amsterdam: John Benjamins Publishers.
Berland, L. K., & Hammer, D. (2012). Framing for Scientific Argumentation. Journal of Research In Science Teaching. 49(1), 68–94.
Berland, L. K., & Reiser, B. J. (2011). Classroom communities’ adaptations of the practice of scientific argumentation. Science Education, 95(2), 191–216.
Billig, M. (1987) The art of witcraft. In M. Billig. Arguing and thinking: A rhetorical approach to social psychology (82–117). Cambridge University Press.
Bloome, D., Carter, S. P., Christian, B. M., Otto, S., & Shuart-Faris, N. (2005) Discourse Analysis and the study of classroom language and Literacy Events: a Microethnografic perspetive. Lawrence Erlbaum Associates.
Castanheira, M. L., Green, J. L., & Dixon, C. N. (2007) Práticas de letramento em sala de aula: uma análise de ações letradas como construção social. Revista Portuguesa de Educação, 20(2), 7–38.
Dixon, C., & Green, J. (2005). Studying the Discursive Constructions of Texts in Classrooms Through Interactional Ethnography. In R. Beach, J. Green, M. Kamil, & T. Shanahan (Eds.), Multidisciplinary Perspectives on Literacy Research (2 ed.). Santa Barbara: Hampton Press Cresskill.
Duschl, R. (2008). Science Education in Three-Part Harmony: Balancing Conceptual, Epistemic, and Social Learning Goals. Review of research in Education, 32(1), 268–291.
EL-Hani, C. N. & Mortimer, E. F. (2007). Multicultural Education, Pragmatism, and the Goals of Science Teaching. Cultural Studies of Science Education, 2(3), 657–687.
Ferraz, A. T., & Sasseron, L. H. (2017). Propósitos epistêmicos para a promoção da argumentação em aulas investigativas. Investigações em Ensino de Ciências, 22(1), 42–60.
González‐Howard M, McNeill KL. (2020). Acting with epistemic agency: Characterizing student critique during argumentation discussions. Science Education. 1–30. https://doi.org/10.1002/sce.21592
Green, J., Dixon, C., & Zaharlick, A. (2005) A etnografia como uma lógica de investigação. Educação em Revista, 42, 13–79.
Henderson, J. B., McNeill, K. L., González‐Howard, M., Close, K., & Evans, M. (2018). Key Challenges and Future Directions for Educational Research on Scientific Argumentation. Journal of Research in Science Teaching, 55(1), 5–18.
Ibraim, S. de S., & Justi, R. (2018). Ações docentes favoráveis ao ensino envolvendo argumentação: estuda da prática de uma professora de química. Investigações em Ensino de Ciências, 23(2), 311–330.
Jiménez-Aleixandre, M. P. & Erduran, S. (2007). Argumentation in Science Education: An Overview. In M. P. Jiménez-Aleixandre, & S. Erduran. Argumentation in Science Education: perspectives from classroom-based research (03–25). Springer.
Kelly, G. J. (2005) Discourse, description, and science education. In R. Yerrick, W. M. Roth (eds), Establishing Scientific Classroom Discourse Communities: Multiple Voices of Research on Teaching and Learning (79–108). Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum.
Larrín, A. & Freire, P. (2011). Capitalizando a controvérsia: algumas reflexões para tornar visível e aproveitar a contra-argumentação dos alunos no Ensino de Ciências. In S. Leitão, & M. C. Damianovic (Orgs.), Argumentação na escola: o conhecimento em construção (47–80). Campinas, SP: Pontes Editores.
Leitão, S. (2000). The potential of argument in knowledge building. Human development. 43(6), 332–360.
Lincoln, Y. S., & Guba, E. G. (1985) Naturalistic inquiry. Sage Publications, Inc.
McDonald, S. P., & Kelly, G. J. (2012) Beyond Argumentation: Sense-Making Discourse in the Science Classroom. In M. S. Khine (ed) Perspectives on Scientific Argumentation: Theory, Practice and Research (265–281). Springer.
McNeill, K. L., & Pimentel, D. S. (2010) Scientific discourse in three urban classrooms: The role of the teacher in engaging high school students in argumentation. Science Education, 94(2), 203–229.
Munford, D., & Teles, A. P. S. S. (2013). Argumentação e construção de oportunidades de aprendizagem em aulas de Ciências sobre Corpo Humano em uma turma do 8º ano do ensino fundamental. In IX ENPEC - Encontro Nacional em Pesquisa em Educação em Ciências, Águas de Lindóia. Atas do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências IX ENPEC, 1–8.
Munford, D., & Teles, A. P. S. S. (2015). Argumentação e a construção de oportunidades de aprendizagem em aulas de Ciências. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 17, 161–185.
Rex, L. A. (2006). Introduction. In L. A. Rex (ed.) Discourse of opportunity: How talk in learning situations creates and constrains (1–35). Hampton Press Inc.
Rudsberg, K., Östman, Leif. & Östman, Elisabeth. A. (2017) Students’ meaning making in classroom discussions: the importance of peer interaction. Cultural Studies of Science Education 12, 709–738. https://doi.org/10.1007/s11422-015-9721-5
Sandoval, W. A., Enyedy, N., Redman, E. H. & Xiao, S. (2019): Organising a culture of argumentation in elementary science. International Journal of Science Education, 4, 1848–1869. https://doi.org/10.1080/09500693.2019.1641856
Schwarz, B. B. (2009) Argumentation and Learning. In N. M. Mirza, & A. N. P. Clermont (eds), Argumentation and Education: Theoretical Foundations and Practices (91–126). London, Springer.
Skukauskaité, S., Liu, Y., & Green, J. L. (2007). Editorial Introduction: Logics of Inquiry for the Analysis of Video Artefacts: Researching the Construction of Disciplinary Knowledge in Classrooms. Pedagogies: an International Journal. 2(3), 131–137.
Spradley, J. (1980) Participant observation. Holt, Rinehart; Winston.
Stake, R. E. (1998). Case Studies. In N. K. Denzin, & Y. S. Lincoln. Strategies of Qualitative Inquiry (86–109). Thousand Oaks, SAGE Publications.
van Eemeren F. H., Grootendorst, R. (2004) A Systematic Theory of Argumentation: The pragma-dialectical approach. Cambridge University Press.
van Eemeren, F. H., Grootendorst., R., & Henkemans, A. F. S. (2002). Argumentation: Analysis, Evaluation, Presentation. New Jersey, Lawrence Erlbaum Associates.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Ana Paula Souto Silva Teles, Danusa Munford
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores são responsáveis pela veracidade das informações prestadas e pelo conteúdo dos artigos.
Os autores que publicam neste periódico concordam plenamente com os seguintes termos:
- Os autores atestam que a contribuição é inédita, isto é, não foi publicada em outro periódico, atas de eventos ou equivalente.
- Os autores atestam que não submeteram a contribuição simultaneamente a outro periódico.
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à RPBEC o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial neste periódico.
- Os autores atestam que possuem os direitos autorais ou a autorização escrita de uso por parte dos detentores dos direitos autorais de figuras, tabelas, textos amplos etc. que forem incluídos no trabalho.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (por exemplo, publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (por exemplo, em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a publicação visando aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
Em caso de identificação de plágio, republicação indevida e submissão simultânea, os autores autorizam a Editoria a tornar público o evento, informando a ocorrência aos editores dos periódicos envolvidos, aos eventuais autores plagiados e às suas instituições de origem.