Considerações sobre educação de surdos e tecnologias a partir da análise das estratégias de ensino de um professor surdo
DOI:
https://doi.org/10.17851/1983-3652.10.1.242-256Palavras-chave:
educação de surdos, tecnologias, práticas de letramento, recursos multissemióticos.Resumo
RESUMO:Pretendemos neste trabalho tecer algumas considerações acerca das possibilidades das tecnologias para a educação de surdos a partir da análise de registros gerados por meio de gravação em vídeo e observação de situações em que um professor surdo promove a construção de conhecimentos na Língua Portuguesa escrita por parte de um grupo de crianças surdas, entre 7 e 11 anos de idade e em processo de apropriação do português escrito. As observações foram realizadas durante aulas ministradas em Libras, oferecidas em uma instituição no interior do estado de São Paulo. Trata-se de um trabalho de cunho qualitativo, norteado pela perspectiva bilíngue na educação de surdos e os estudos nas perspectivas interlocutiva e histórico-cultural. Ao destacar algumas formas pelas quais o professor estabeleceu relações com um material digital e propôs o andamento de sua aula, buscamos evidenciar a complexidade dessas relações e problematizar o fato de que, na situação de ensino observada, tal como relatado em outros estudos, as tecnologias em si mesmas não instituíram novas formas de fazer ou pensar a partir apenas de sua presença, no mesmo sentido em que somente a apresentação de determinados recursos linguísticos ou semióticos não oportunizaram o aprendizado automático pelos surdos.
ABSTRACT:We intend in this work to make some considerations about the possibilities of technologies for deaf education by the analysis of records generated by video recording and observing situations in which a deaf professor promotes the construction of knowledge about the written Portuguese language within a group of deaf children, with ages between seven and eleven years old, and in process of appropriation of written Portuguese. The observations were made during lectures given in Brazilian Sign Language, offered at an institution in the interior of the state of São Paulo. This qualitative work is guided by the bilingual perspective in deaf education and the studies in the interlocutory, historical and cultural perspectives. In detaching some of the ways in which the teacher established relationships with a digital material and proposed the course of his class, we sought to highlight the complexity of these relationships and to problematize the fact that in the observed teaching situation, as reported in other studies, the technologies themselves did not instituted new ways of making or thinking only by their presence, in the same sense that the simple presentation of certain linguistic or semiotic resources did not allow automatic learning by deaf students.
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