Catita na leadsheet de K-Ximbinho e na interpretação de Zé Bodega

aspectos da hibridação entre o choro e o jazz

Autores

  • Bernardo Vescovi Fabris Universidade Federal de Minas Gerais
  • Fausto Borém Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-6377.2006.55306

Palavras-chave:

K-Ximbinho, Zé Bodega, música brasileña, choro, jazz, hibridación musical, transcripción

Resumo

Estudo sobre a hibridação entre o choro e o jazz a partir de análise da leadsheet de Catita do potiguar K-Ximbinho (compositor, maestro, clarinetista e saxofonista; 1917-1980) e da gravação desta obra pelo pernambucano Zé Bodega (saxofonista e clarinetista; 1923-2003). A ocorrência simultânea de paradigmas musicais estilisticamente distintos, identificados a partir de referenciais teóricos do choro (ALMEIDA, 1999; SANTOS, 2001) e do jazz (GRIDLEY, 1987; HENRY, 1981) confirma uma tendência comum na música brasileira e é observada tanto no nível composicional (aspectos formais, harmônicos, escalares, melódicos e rítmicos) quanto interpretativo (ornamentação, realização rítmica e de articulações, vibrato, timbre, efeitos instrumentais e influência estilística
de outros instrumentistas). Em Catita, esta hibridação ocorre ao nível das macro e microestruturas sem que, necessariamente, um novo gênero musical seja criado. Inclui uma edição harmônica e melodicamente revisada da leadsheet anteriormente publicada pela Vitale (K-XIMBINHO, 1977) e uma transcrição de Bernardo Fabris do tema e solo improvisado de Zé Bodega, a partir da audição de sua gravação no histórico disco Saudades de um clarinete (K-XIMBINHO, 1980).

Biografia do Autor

  • Bernardo Vescovi Fabris, Universidade Federal de Minas Gerais

    Bernardo Vescovi Fabris é Mestre em Música (sob a orientação de Fausto Borém) e Bacharel em Saxofone (sob a orientação de Dílson Florêncio) pela Escola de Música da UFMG e Licenciado em Música pela UDESC. Estudou música popular com Márcio Montarroyos, Paulo Sérgio Santos, Toninho Horta, Itiberê Zwarg, Vinícius Dorin e Proveta. Participou de diversos festivais de jazz, gravação de diversos CDs, foi monitor da Banda Sinfônica da UFMG e tocou com Celso Moreira, Márcio Montarroyos e Juarez Moreira. Ministra aulas de saxofone e toca nos grupos de samba Tranca Rua e de jazz Kintawt.

  • Fausto Borém , Universidade Federal de Minas Gerais

    Fausto Borém é Professor de Contrabaixo, Música de Câmara, Pesquisa em Música e Práticas de Performance na UFMG, onde criou o Mestrado em Música e a Revista Per Musi. Organizou o I Seminário Nacional de Pesquisa em Performance Musical (1999), o IV Encontro Internacional de Contrabaixistas (1996), o II Concurso Nacional de Composição para Contrabaixo (1996) e o IV Concurso Internacional de Composição para Contrabaixo (2005). Coordenou o Projeto Artista Visitante da UFMG com a Oficina UAKTI (1994) e a Oficina de Luteria para a Construção de Contrabaixos para Crianças (2002). Desde 1993, tem representado o Brasil nos principais eventos nacionais e internacionais do contrabaixo. Recebeu diversos prêmios no Brasil e no exterior como solista e teórico. Publicou um livro, capítulos de livros e dezenas de artigos em importantes periódicos nacionais e internacionais nas áreas de performance, análise, musicologia, etnomusicologia (música popular) e comportamento motor. Sua obra Uma Didática da Invenção foi premiada com o 3º Lugar no III Concurso Nacional de Composição para Contrabaixo, publicada no livro de partituras Música Brasileira para Contrabaixo eapresentada na 16ª Bienal da Música Brasileira Contemporânea (2005). Na música popular, já acompanhou Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, Tavinho Moura, grupo Uakti, Roberto Corrêa e Túlio Mourão.

Referências

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Publicado

2006-01-01

Edição

Seção

Artigos em Português/Espanhol

Como Citar

“Catita Na Leadsheet De K-Ximbinho E Na interpretação De Zé Bodega: Aspectos Da hibridação Entre O Choro E O Jazz”. 2006. Per Musi, nº 13 (janeiro): 5-28. https://doi.org/10.35699/2317-6377.2006.55306.