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Educação em Ciências e Pensamento Bakhtiniano: Uma Análise de Trabalhos Publicados em Periódicos Nacionais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2020u121156

Palavras-chave:

Bakhtin, Estado da arte, Educação em Ciências

Resumo

Neste trabalho desenvolvemos uma análise da produção da área de Educação em Ciências relacionada ao pensamento bakhtiniano. Com o objetivo de compreender como esse pensamento tem sido incorporado à área no Brasil, realizamos levantamento, sistematização e análise de trabalhos publicados em periódicos nacionais voltados à Educação em Ciências. Nossas análises apontam quantitativos de produção, dados referentes à origem do pensamento bakhtiniano na área, bem como a caracterização dessa produção quanto aos periódicos, às instituições de origem, principais pesquisadores, natureza de investigação e linhas temáticas. Nossas análises debruçam-se também sobre algumas questões conceituais e metodológicas que envolvem essa produção, de forma a compor uma interpretação de como se constitui o pensamento bakhtiniano na Educação em Ciências. Identificamos trabalhos bastante consistentes, mas também muitas apropriações marcadas pela banalização e deturpação de alguns conceitos, por fragilidades metodológicas resultantes da interpretação do pensamento bakhtiniano como método e por análises mecânicas e superficiais. Percebe-se que há uma tendência de aplicar as ideias do Círculo bakhtiniano, ao invés de pensar a partir delas.

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Biografia do Autor

Diomar Caríssimo Selli Deconto, Instituto Federal do Rio Grande do Sul

É licenciado em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2010) e mestre em Ensino de Física pela mesma universidade (2014). Atualmente é estudante de Doutorado em Ensino de Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (Campus Caxias do Sul), atuando em cursos técnicos e de graduação. Tem se dedicado principalmente à área de formação de professores, ao pensamento bakhtiniano na educação em ciências e ao estudo da perspectiva Ciência, Tecnologia e Sociedade.

Fernanda Ostermann, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

É Licenciada em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tem Mestrado e Doutorado na área de ensino de Física, ambos também pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. De 1989 a 1992, atuou como professora de Física na rede pública estadual de ensino de Porto Alegre. Por concurso público, ingressou como professora, em 1994, no Departamento de Física da UFRGS. Atualmente, ocupa o cargo de Professor Titular e é membro permanente do Programa de Pós-graduação em Ensino de Física. No período de novembro de 2006 a fevereiro de 2010 foi coordenadora do PPG Ensino de Física. Foi vice-presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC), de 2015 a 2017 e fez parte da Comissão Organizadora Nacional do XI ENPEC, realizado em Florianópolis, em julho de 2017. Foi membro do Conselho Deliberativo do Instituto Latino-americano de Estudos Avançados - ILEA, de 2014 a 2018. Sob sua orientação, duas teses foram agraciadas com o Prêmio CAPES de Tese na área de Ensino (em 2014, o prêmio da melhor tese e, em 2018, a conquista de uma Menção Honrosa). Foi presidente da ABRAPEC (biênio 2017-2019). É Editora do Caderno Brasileiro de Ensino de Física, líder do grupo Pesquisa e Inovação Didática em ensino de Física sob a perspectiva sociocultural, registrado no Diretório de Grupos de pesquisa e é bolsista de produtividade em pesquisa nível 1B do CNPq.

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Publicado

2020-03-22

Versões

Como Citar

Deconto, D. C. S., & Ostermann, F. (2020). Educação em Ciências e Pensamento Bakhtiniano: Uma Análise de Trabalhos Publicados em Periódicos Nacionais. Revista Brasileira De Pesquisa Em Educação Em Ciências, 20(u), 121–156. https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2020u121156

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