Pesquisas em Ensino de Ciências com Metodologia Interventiva: O que Fazem os Pesquisadores da Área?
DOI:
https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2018182549Palavras-chave:
Intervenção Formativa, Investigação Baseada em Design, Metodologia de Pesquisa, Ensino de Ciência.Resumo
Este artigo analisa, por meio de dois movimentos complementares, uma metodologia amplamente utilizada nas pesquisas em Ensino de Ciências conhecida por ‘intervenção didática’. Primeiramente, discutimos dois referenciais estrangeiros comumente associados a esse tipo de pesquisa, um com ênfase metodológica, conhecido como Pesquisa Baseada em Design (DBR), e outro que tem filiação teórica com a Teoria da Atividade Histórico-Cultural e suas implicações metodológicas, denominado Intervenção Formativa (IF). No segundo movimento, investigamos as publicações científicas do último quinquênio (2012–2017) publicadas em periódicos nacionais da área. O objetivo que nos mobilizou nessa incursão foi caracterizar o uso dessa metodologia por parte desses autores, descrevendo suas concepções a respeito desse método de pesquisa. Examinamos o corpus segundo os procedimentos da Análise Textual Discursiva (ATD), resultando na emergência de três categorias que representam os objetivos gerais comuns para uso desta técnica: testar a implementação de estratégias de ensino inspiradas em teorias, validar materiais didáticos inovadores ou promover interferências nas práticas profissionais dos sujeitos investigados.
Downloads
Referências
Bittencourt, L. P., & Struchiner, M. (2015). A articulação da temática da doação de sangue e o ensino de biologia no Ensino Médio: uma pesquisa baseada em design. Ciência & Educação (Bauru), 21(1), 159–176. http://dx.doi.org/10.1590/1516-731320150010011
Brown, A. L. (1992). Design experiments: Theoretical and methodological challenges in creating complex interventions in classroom settings. The Journal of the Learning Science, 2(2), 141–178. https://doi.org/10.1207/s15327809jls0202_2
Cobb, P., Confrey, J., diSessa, A., Lehrer, R., & Schauble, L. (2003). Design Experiments in Educational Research. Educational Researcher, 32(1), 9–13. https://doi.org/10.3102/0013189X032001009
Collins, A. (1992). Toward a design science of education. In E. Scanlon, & T. O’Shea (Eds.), New Directions in Educational Technology (pp. 15–22). Berlim: Springer.
Daniels, H. (2011). Teoria da atividade e pesquisa intervencionista. In H. Daniels, Vygotsky e a pesquisa (pp. 161–202). São Paulo: Edições Loyola.
Diogo, R. C. (2016). Formação Continuada de professores e a aplicação das Tecnologias de Informação e Comunicação: o percurso de uma Intervenção Formativa. (Tese de doutorado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande.
Engeström, Y. (2011). From design experiments to formative interventions. Theory & Psychology, 21(5), 598–628. https://doi.org/10.1177/0959354311419252
Kneubil, F. B., & Pietrocola, M. (2017). A pesquisa baseada em design: visão geral e contribuições para o Ensino de Ciências. Investigações em Ensino de Ciências, 22(2), 1–18. http://dx.doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2017v22n2p01
Leont’ev, A. N. (1932). Studies on the Cultural Development of the Child: III. The Development of Voluntary Attention in the Child. Journal of Genetic Psychology, 40(1), 52–83. https://doi.org/10.1080/08856559.1932.10534207
Lijnse, P. (2010). Methodological aspects of design research in physics education. In: K. Kortland, & K. Klaassen (Eds.), Designing Theory-Based Teaching-Learning Sequences for Science Education: Proceedings of the symposium in honour of Piet Lijnse at the time of his retirement as Professor of Physics Didactics at Utrecht University (pp. 143–152) Utrecht: CDBeta Press.
Matta, A. E. R., Silva, F. P. S., & Boaventura, E. M. (2014). Design-based research ou pesquisa de desenvolvimento: metodologia para pesquisa aplicada de inovação em Educação do século XXI. Educação e Contemporaneidade – Revista da FAEEBA, 23(42), 23–36. http://dx.doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.v23.n42
McKenney, S. & Reeves, T. C. (2012). Conducting educational design research. Abingdon: Routledge.
Midgley, G. (2000). Systemic intervention: Philosophy, methodology, and practice. New York: Kluver.
Miettinen, R. (2000). Ascending from the Abstract to the Concrete and Constructing a Working Hypothesis for New Practices. In: V. Oittinen (Ed.), Evald Ilyenkov’s Philosophy Revisited (pp. 111–130). Saarijärvi: Gummerus.
Moraes, R., & Galiazzi, M. C. (2016). Análise Textual Discursiva. 3. ed. revisada e ampliada. Ijuí: Editora Unijuí.
Moreira, M. A., & Nardi, R. (2009). O mestrado profissional na área de Ensino de Ciências e Matemática: alguns esclarecimentos. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, 2(3), 1–9. http://dx.doi.org/10.3895/S1982-873X2009000300001
Nardi, R. (2005). A área de ensino de Ciências: fatores que determinam sua constituição e suas características segundo pesquisadores brasileiros. (Tese livre-docência). Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista, Bauru.
Passos, M. M. (2009). O professor de Matemática e sua formação: análise de três décadas da produção bibliográfica em periódicos na área de educação matemática no Brasil. (Tese de doutorado) Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista, Bauru.
Picheth, S. F., Cassandre, M. P., & Thiollent, M. J. M. Analisando a pesquisa-ação à luz dos princípios intervencionistas: um olhar comparativo. Educação (Porto Alegre), 39(esp.), s3–s13. http://dx.doi.org/10.15448/1981-2582.2016.s.24263
Sannino, A. (2011). Activity theory as an activist and interventionist theory. Theory & Psicology, 22(5), 571–597. http://dx.doi.org/10.1177/0959354311417485
Sarmento, A. C. H., Muniz, C. R. R., Silva, N. R., Pereira, V. A., Santana, M. A. S., Sá, T. S., & El-Hani, C. N. (2013). Investigando princípios de design de uma sequência didática sobre metabolismo energético. Ciência & Educação (Bauru), 19(3), 573–598. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-73132013000300006
Van der Veer, R. & Valsiner, J. (1992). Understanding Vygotsky: A quest for synthesis. Oxford: Blackwell.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores são responsáveis pela veracidade das informações prestadas e pelo conteúdo dos artigos.
Os autores que publicam neste periódico concordam plenamente com os seguintes termos:
- Os autores atestam que a contribuição é inédita, isto é, não foi publicada em outro periódico, atas de eventos ou equivalente.
- Os autores atestam que não submeteram a contribuição simultaneamente a outro periódico.
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à RPBEC o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial neste periódico.
- Os autores atestam que possuem os direitos autorais ou a autorização escrita de uso por parte dos detentores dos direitos autorais de figuras, tabelas, textos amplos etc. que forem incluídos no trabalho.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (por exemplo, publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (por exemplo, em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a publicação visando aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
Em caso de identificação de plágio, republicação indevida e submissão simultânea, os autores autorizam a Editoria a tornar público o evento, informando a ocorrência aos editores dos periódicos envolvidos, aos eventuais autores plagiados e às suas instituições de origem.